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Mangabeira toma posse com elogios a Lula
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ontem, no
Palácio do Planalto, ao secretário de Planejamento de Longo
Prazo, Roberto Mangabeira
Unger, que em 2005 pediu seu
impeachment e disse que ele
era "avesso ao trabalho e ao estudo" e liderava o governo mais
"corrupto da nossa história".
Em seu discurso, Mangabeira elogiou a "magnanimidade"
de Lula por nomeá-lo após as
críticas. "Critiquei com veemência e combati com ardor",
disse ele, que citou duas motivações para a "magnanimidade" de Lula: "grandeza interna"
e "preocupação com o futuro".
A cerimônia de posse durou
menos de uma hora e estava esvaziada -já na terceira fileira
havia várias cadeiras vagas.
Poucos políticos apareceram, e
a platéia era formada basicamente por técnicos, dirigentes
de áreas ligadas à nova secretaria e ex-alunos de Mangabeira
na Universidade Harvard.
O filósofo fez um discurso
empolgado com o futuro do
país, em que elogiou o "momento mágico" e o "caldeirão
de energia que fervilha" no Brasil: "O engrandecimento do
Brasil soará em todos os recantos da Terra, como o grito de
uma criança ao nascer, prometendo um novo começo para o
mundo. Presos a seus afazeres,
ansiosos para esquecer que
morrerão, homens e mulheres
pararão por um instante, perturbados por esperança inesperada. Ouvirão nesse grito a profecia do casamento da pujança
e da ternura", disse o professor.
Lula não citou as críticas de
Mangabeira: só disse que sua
função é "colocar a sua inteligência a serviço de outras inteligências" e "despertar parcelas
adormecidas da sociedade".
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