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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Alckmin diz que prefeitura pressiona delegados do PSDB
Segundo tucano, administração de Kassab atuou para conseguir votos em convenção
"Acho que essas coisas já
deviam estar abolidas da
política brasileira", afirma
o ex-governador; prefeitura paulistana rebate acusação
Anderson Barbosa/Futura Press
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Geraldo Alckmin no Diretório Municipal do PSDB, em evento no qual recebeu ontem apoio do PHS
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-governador Geraldo
Alckmin (PSDB) acusou ontem
a administração municipal de
São Paulo, comandada por Gilberto Kassab (DEM) com a participação de tucanos, de "pressionar" e "constranger" delegados de seu partido a assinar a
adesão à chapa contrária a sua
pré-candidatura a prefeito.
"Eu acho que essas coisas já
deviam estar abolidas da política brasileira. Não tem cabimento, em uma cidade mundial
como São Paulo, o constrangimento, a pressão sobre gente
simples, humilde, delegados...",
afirmou, após evento na sede
dos tucanos paulistanos.
Na terça-feira, um grupo liderado pelo secretário de Esportes da capital paulista, Walter Feldman (PSDB), e por 11
vereadores tucanos protocolou
para a convenção tucana, domingo que vem, uma chapa,
com 428 assinaturas, contrária
à candidatura de Alckmin e pelo apoio a Gilberto Kassab.
Segundo o ex-governador tucano, ele e seu grupo foram
procurados por delegados do
PSDB, com cargos e com parentes na atual administração, que
relataram a pressão.
"Muita gente relatou coisas
muitos tristes, mas nós vamos
passar por cima de tudo isso",
disse Alckmin.
Por meio do secretário de
Governo, Clóvis Carvalho, a
prefeitura negou as acusações
-leia texto nesta página.
Questionado se o Estado, comando por José Serra (PSDB),
também participaria das "pressões", Alckmin respondeu:
"Olha, na prefeitura todas as informações são nesse sentido,
mas não tem importância, nós
vamos vencer a convenção. Eu
vou ser um instrumento do
PSDB de fortalecimento do
nosso partido".
Nos bastidores das duas campanhas, no entanto, o clima ficou ainda mais tenso. Os alckmistas acusam o prefeito de interferir no PSDB e desrespeitar
o rumos do partido.
Ontem, em reunião com o
presidente nacional do PSDB,
senador Sérgio Guerra (PE), o
grupo pró-Alckmin atacou o fato de o prefeito ter participado
da reunião de vereadores que
antecedeu a inscrição da chapa
de oposição ao ex-governador.
Segundo o relato de um dos
participantes, Kassab foi chamado de à casa do vereador Netinho (PSDB) para "autorizar"
a apresentação das assinaturas.
"Alguns [dirigentes e delegados] do partido colocaram claramente que haviam sido procurados e pressionados. Mas
acho que isso deve ser aceito
com uma certa reserva. Nesses
momentos, você sempre tem
acusações desse tipo", afirmou
José Henrique Reis Lobo, presidente do PSDB paulistano.
Ao discursar em cerimônia
que marcou o apoio do PHS a
sua coligação, o tucano afirmou
que vencerá no domingo.
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