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SÃO PAULO
Baltazar é investigado
Chefe da PF indicado por Lula pode deixar o cargo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O delegado Francisco Baltazar
da Silva pode deixar nos próximos dias a superintendência da
Polícia Federal em São Paulo, cargo para o qual foi indicado por
Luiz Inácio Lula da Silva no ano
passado. A situação de Baltazar,
que vinha sendo investigado pela
Corregedoria e pelo setor de inteligência do órgão há alguns meses, piorou no final de semana.
Ao ser questionado sobre seu
envolvimento com o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, Baltazar apresentou declaração de seu Imposto
de Renda sobre o envio de US$
156 mil ao exterior. O problema é
que o computador da Barcelona
Tur, empresa do doleiro, registra
o envio de US$ 134,6 mil. O superintendente também não soube
explicar a seus superiores a compra e venda de dólares no período
de 1997 a 2002, como a Folha divulgou no sábado.
Baltazar chefiou a equipe de segurança de Lula nas quatro eleições presidenciais que disputou
-89, 94, 98 e 2002. Sua proximidade com o petista bastou para
que conseguisse a chefia da superintendência de São Paulo. Há
duas semanas, porém, o Planalto
retirou seu apoio ao delegado, devido às reiteradas prisões de homens de confiança de Baltazar pela PF de Brasília.
Como as investigações sobre
Barcelona ainda não foram concluídas, Baltazar pode apresentar
documentação sobre compra e
venda de moeda estrangeira. Nos
próximos dias, a Corregedoria
acompanhará o caso, requisitando o material ao superintendente.
Hoje, a PF reúne apenas indícios contra Baltazar, indicando
supostas ligações com a quadrilha
presa na Operação Anaconda,
que desbaratou um esquema de
venda de sentenças judiciais.
Baltazar disse ontem que não
tem dinheiro no exterior e que
comprou e vendou dólares com
Barcelona diversas vezes. "Era
uma empresa legalmente constituída." Sobre a sua situação no
cargo, disse que "não tem pressão
nenhuma".
(IURI DANTAS)
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