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CAMPO MINADO
Órgão diz que foi apenas "reestruturação"
Governo intervém no Incra e exonera superintendente em Pernambuco
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo de Luiz Inácio Lula
da Silva fez sua primeira intervenção em um órgão estadual do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), exonerando o superintendente de Pernambuco ligado ao MST.
O Estado lidera os rankings de
famílias acampadas e de invasões
de terra e possui uma das piores
médias (5%) de assentamento.
Oficialmente, Miguel Rossetto
(Desenvolvimento Agrário) e a
direção nacional do Incra negam
que tenha havido intervenção,
mas sim reestruturação do órgão.
João Farias de Paula Júnior foi
exonerado ontem do cargo. Em
seu lugar fica Maria de Oliveira,
que deixa a função de ouvidora
agrária nacional substituta. A mudança foi publicada ontem no
"Diário Oficial" da União.
Paula Júnior é o primeiro superintendente regional a ser exonerado na gestão Lula. Outros dois,
do RS e do DF, deixaram as superintendências, mas a pedido.
"A verdade é que a reforma
agrária não estava andando em
Pernambuco. Por isso o ministro
decidiu de forma emergencial colocar uma pessoa com mais experiência, principalmente na mediação de conflitos", disse ontem
Maria de Oliveira, que, ao lado do
ouvidor Gercino José da Silva Filho, percorria o país para controlar e prevenir conflitos fundiários.
Para o MST, a falta de experiência de Paula Júnior o prejudicou.
O ex-superintendente, porém, diz
que não houve tempo para mostrar serviço e cumprir suas metas:
"Recebemos o órgão no Estado
sem nenhum estoque de terras
disponível, e a greve dos servidores nos prejudicou por 43 dias".
(EDUARDO SCOLESE)
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