São Paulo, terça-feira, 20 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CAMPO MINADO

Órgão diz que foi apenas "reestruturação"

Governo intervém no Incra e exonera superintendente em Pernambuco

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva fez sua primeira intervenção em um órgão estadual do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), exonerando o superintendente de Pernambuco ligado ao MST.
O Estado lidera os rankings de famílias acampadas e de invasões de terra e possui uma das piores médias (5%) de assentamento.
Oficialmente, Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e a direção nacional do Incra negam que tenha havido intervenção, mas sim reestruturação do órgão.
João Farias de Paula Júnior foi exonerado ontem do cargo. Em seu lugar fica Maria de Oliveira, que deixa a função de ouvidora agrária nacional substituta. A mudança foi publicada ontem no "Diário Oficial" da União.
Paula Júnior é o primeiro superintendente regional a ser exonerado na gestão Lula. Outros dois, do RS e do DF, deixaram as superintendências, mas a pedido.
"A verdade é que a reforma agrária não estava andando em Pernambuco. Por isso o ministro decidiu de forma emergencial colocar uma pessoa com mais experiência, principalmente na mediação de conflitos", disse ontem Maria de Oliveira, que, ao lado do ouvidor Gercino José da Silva Filho, percorria o país para controlar e prevenir conflitos fundiários.
Para o MST, a falta de experiência de Paula Júnior o prejudicou. O ex-superintendente, porém, diz que não houve tempo para mostrar serviço e cumprir suas metas: "Recebemos o órgão no Estado sem nenhum estoque de terras disponível, e a greve dos servidores nos prejudicou por 43 dias". (EDUARDO SCOLESE)


Texto Anterior: São Paulo: Chefe da PF indicado por Lula pode deixar o cargo
Próximo Texto: Eleições 2004/Campanha: Em jornal da Universal, Edir Macedo ataca casal Garotinho
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.