São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

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PAINEL

Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br

Fio da meada

A fraude na compra de ambulâncias com recursos do próprio Ministério da Saúde, e não por meio de emendas parlamentares, será um dos caminhos que a CPI dos Sanguessugas seguirá para investigar a participação do Executivo no escândalo. A comissão encontrou sinais de irregularidade na aquisição de 47 ambulâncias -todas da empresa Lealmaq, com sede em Minas Gerais. Não havia emendas envolvidas.
Uma ala da CPI resiste à idéia de deixar o Legislativo arcar sozinho com o desgaste. "O governo federal não vai escapar de suas responsabilidades", diz José Carlos Aleluia (PFL). A convocação do ex-ministro Humberto Costa, candidato do PT ao governo de Pernambuco, deve voltar à ordem do dia.

Paz e amor 1. Vedete do novo Datafolha, Heloísa Helena começa a gravar ainda em julho material para o horário gratuito. A linha será propositiva, sempre com fala pausada. Nada de imagens dos discursos agressivos no Senado.

Paz e amor 2. A coordenação da campanha da presidenciável do PSOL avalia, que para avançar dos 10%, é preciso menos slogan e mais conteúdo. "A hora é de calibrar o discurso", diz Ivan Valente.

Tela grande. Ronaldo Duque, responsável pelo programa televisivo de Heloísa, é novato no marketing político. Cineasta, dirigiu "Conspiração do Silêncio", a respeito da guerrilha do Araguaia.

Passivo. Escolhida para coordenar a campanha de Lula no Nordeste, Luizianne Lins terá de resolver problemas internos antes de sair à caça de votos para o presidente. Sete de seus secretários na prefeitura de Fortaleza assinaram manifesto de apoio a candidatos do PSOL no Ceará.

Cabeçada. Valter Pomar, um dos coordenadores da campanha de Lula, diz em artigo que o PT tem muito a aprender com Zidane. "O povo não gosta de quem tem sangue de barata." Ele defende reação contundente às críticas ao governo.

Demanda. Em carta que levará a Lula, o PSB pedirá redução imediata do superávit primário e crescimento de 6% num segundo mandato.

Na moita. Funcionária do PSDB controlava a presença de funcionários públicos ontem, na inauguração do QG de Alckmin em Brasília. "Seja discreto", ensinava ela. "E não use o crachá de servidor."

Linha dura. Eduardo Jorge, coordenador do comitê tucano, fez as vezes de segurança no evento de abertura. Chegou a barrar cinegrafistas e fotógrafos. "Daqui ninguém passa", sentenciou o ex-aulixiliar de Fernando Henrique.

Recém-chegado. Itamar Franco (PMDB) e Aécio Neves (PSDB) se reúnem em Belo Horizonte na segunda para acertar detalhes do apoio do ex-presidente a Alckmin.

Time reserva. O PMDB foi o grande ausente na inauguração do comitê tucano. Os nomes mais graduados da sigla presentes ao evento eram os senadores de Rondônia Valdir Raupp e Amir Lando.

Veja bem. O presidente do PMDB, Michel Temer, procurou Tasso Jereissati para tentar convencê-lo a desistir de contestar na Justiça a coligação dos tucanos do Paraná com o governador Roberto Requião. Sem o PSDB, o governador terá TV reduzida.

Luz amarela. A reeleição de Requião, que durante o período da pré-campanha se afigurava tranqüila, dá sinais de caminhar para o mata-mata do segundo turno.

Cúpula. Representantes do Gabinete de Segurança Institucional, Forças Armadas, Abin, PF e Departamento Penitenciário Nacional se reúnem hoje em Brasília para trocar informações sobre a ajuda federal no combate à crise da segurança em SP.

Tiroteio

A expectativa em relação ao julgamento do TSE é saber se o Okamotto manterá a generosidade com Lula ou se o presidente terá que se socorrer de outras fontes para pagar os R$ 900 mil.


Do senador HERÁCLITO FORTES (PFL-PI), sobre a ameaça de multa que paira sobre Lula devido à distribuição, pela Casa Civil, de revista que o tribunal considerou promoção pessoal do presidente.

Contraponto

O perseguido

No dia seguinte ao de sua cassação pelo plenário da Câmara, em dezembro passado, José Dirceu concedeu uma entrevista coletiva de despedida. Ao final, quando saía por um corredor estreito, o ex-chefe da Casa Civil de Lula foi novamente abordado por jornalistas impacientes.
Depois de alguma confusão, ele concordou em falar novamente. Começou então um empurra-empurra entre repórteres, fotógrafos e cinegrafistas em busca do melhor lugar. Dirceu, conhecido por dar lições à imprensa, abriu um sorriso e aproveitou a deixa:
-Ah, quer dizer então que vocês também brigam entre si? Pensei que fosse só comigo...


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