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Candidata diz que ministro Tarso é "empregadinho"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BARBALHA (CE)
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Em campanha pelo interior
do Ceará, a candidata a presidente Heloísa Helena (PSOL)
chamou o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) de
"empregadinho" ao responder
à provocação dele -que a havia
chamado de "udenista" por
"correr livre" na campanha,
sem apresentar propostas.
"Tenho muitos defeitos para
que ele precise usar da mentira
para me atingir. Mas não vou
bater boca com os empregadinhos ministros do presidente
Lula, prefiro esperar para bater
boca com o patrão deles", disse.
A candidata passou parte do
dia ontem em Fortaleza e, à tarde, foi a Barbalha (sul do Ceará), onde fez um discurso improvisado. Ao lado dela, o deputado João Alfredo Telles
(PSOL), seu principal apoiador
no Estado, disse que os ataques
só começaram porque Heloísa
está virou "ameaça".
"Quero dizer aos dois homenzinhos que acham que são
os donos do Nordeste: como sei
que meu Nordeste querido não
é curral eleitoral nem de seu
Lula nem de seu Alckmin, estou aqui para disputar e para
dizer que podem vir quente que
eu estou fervendo", bradou.
Segundo dados do Datafolha
publicados ontem, Heloísa
cresceu quatro pontos percentuais desde a última sondagem,
e está com 10% das intenções
de voto. A candidata disse que
recebe a pesquisa com alegria,
mas com humildade, e que não
sabe ao certo de quem "tira" votos, se de Lula ou de Alckmin.
Análises
Petistas e tucanos atribuíram
o resultado da pesquisa à desenvoltura da senadora na TV.
O comando de campanha de
Lula tentou minimizar o efeito
do seu crescimento. "Os votos
de protesto e de indecisos foram para ela", disse governador
do Acre, Jorge Viana (PT).
O presidente do PSDB, Tasso
Jereissati (CE), debitou o crescimento da senadora na conta
do PT. "Claro que pode tirar
votos [do Alckmin], mas tem o
espaço que é dela, claramente
de esquerda, da mensagem socialista. É o discurso que foi do
PT a vida inteira", disse Tasso.
"É voto que não volta mais para
o Lula", disse Heráclito Fortes
(PFL-PI), integrante da coordenação da campanha tucana.
Tarso Genro
Ontem, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, admitiu que existe a possibilidade de haver segundo turno.
Para ele, não é improvável que
o adversário de Lula, nesse caso, seja a senadora.
"Teríamos duas propostas:
uma de esquerda, com uma
coalizão de centro-esquerda, e
uma de um partido que se coloca como esquerdista e que, na
verdade, diz que nem sequer
precisa do Congresso para funcionar", disse Tarso, que acusou Heloísa de fazer campanha
ofensiva ao afirmar que "ninguém presta, só ela".
(KAMILA FERNANDES, PEDRO DIAS LEITE, SILVIO NAVARRO E CATIA SEABRA)
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