São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

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Candidata diz que ministro Tarso é "empregadinho"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BARBALHA (CE)
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Em campanha pelo interior do Ceará, a candidata a presidente Heloísa Helena (PSOL) chamou o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) de "empregadinho" ao responder à provocação dele -que a havia chamado de "udenista" por "correr livre" na campanha, sem apresentar propostas.
"Tenho muitos defeitos para que ele precise usar da mentira para me atingir. Mas não vou bater boca com os empregadinhos ministros do presidente Lula, prefiro esperar para bater boca com o patrão deles", disse.
A candidata passou parte do dia ontem em Fortaleza e, à tarde, foi a Barbalha (sul do Ceará), onde fez um discurso improvisado. Ao lado dela, o deputado João Alfredo Telles (PSOL), seu principal apoiador no Estado, disse que os ataques só começaram porque Heloísa está virou "ameaça".
"Quero dizer aos dois homenzinhos que acham que são os donos do Nordeste: como sei que meu Nordeste querido não é curral eleitoral nem de seu Lula nem de seu Alckmin, estou aqui para disputar e para dizer que podem vir quente que eu estou fervendo", bradou.
Segundo dados do Datafolha publicados ontem, Heloísa cresceu quatro pontos percentuais desde a última sondagem, e está com 10% das intenções de voto. A candidata disse que recebe a pesquisa com alegria, mas com humildade, e que não sabe ao certo de quem "tira" votos, se de Lula ou de Alckmin.

Análises
Petistas e tucanos atribuíram o resultado da pesquisa à desenvoltura da senadora na TV. O comando de campanha de Lula tentou minimizar o efeito do seu crescimento. "Os votos de protesto e de indecisos foram para ela", disse governador do Acre, Jorge Viana (PT).
O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), debitou o crescimento da senadora na conta do PT. "Claro que pode tirar votos [do Alckmin], mas tem o espaço que é dela, claramente de esquerda, da mensagem socialista. É o discurso que foi do PT a vida inteira", disse Tasso. "É voto que não volta mais para o Lula", disse Heráclito Fortes (PFL-PI), integrante da coordenação da campanha tucana.

Tarso Genro
Ontem, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, admitiu que existe a possibilidade de haver segundo turno. Para ele, não é improvável que o adversário de Lula, nesse caso, seja a senadora.
"Teríamos duas propostas: uma de esquerda, com uma coalizão de centro-esquerda, e uma de um partido que se coloca como esquerdista e que, na verdade, diz que nem sequer precisa do Congresso para funcionar", disse Tarso, que acusou Heloísa de fazer campanha ofensiva ao afirmar que "ninguém presta, só ela". (KAMILA FERNANDES, PEDRO DIAS LEITE, SILVIO NAVARRO E CATIA SEABRA)

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