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Desaprovação ao Congresso segue alta, mas se estabiliza
Escândalos em série não aumentam avaliação negativa de deputados e senadores
Para 40%, parlamentares têm desempenho ruim ou péssimo, contra apenas 13% que julgam atuação deles boa ou ótima, diz Datafolha
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo depois de mais de um
ano de intensa crise ética e moral, o Congresso Nacional vem
mantendo sua avaliação estável
-e até mesmo melhorando um
pouco quando se considera o
período dos últimos quatro meses, segundo pesquisa Datafolha realizada em todo o país nos
dias 17 e 18.
Para 40%, o desempenho do
Congresso é ruim ou péssimo.
Essa reprovação era de 42% em
maio, oscilação dentro da margem de erro de dois pontos.
Tomando o dado de abril,
época em que 47% consideravam ruim ou péssimo o trabalho de deputados e senadores, a
reprovação caiu, no entanto.
Hoje, para 39% o desempenho dos congressistas é regular
(contra 37% em maio e 34% em
abril). Já a aprovação total (respostas "bom" e "ótimo") é concedida por apenas 13% dos pesquisados (eram 12% em maio).
Apesar de só três congressistas terem sido cassados até agora depois de diversas investigações, a crise atual no Poder Legislativo é uma das maiores em
mais de dez anos. O último caso
de corrupção em grande escala
havia ocorrido em 1993.
A pesquisa Datafolha dá algumas pistas sobre a razão de a
avaliação do Congresso não ter
piorado nos últimos meses.
Uma delas é que possivelmente
o grau de informação sobre a
política nacional não é alto no
conjunto da população.
Quando se faz o cruzamento
entre escolaridade e a avaliação
do Congresso, a situação piora
para os parlamentares. Entre
as pessoas com ensino superior
(que tendem a ser mais bem informadas), a reprovação é de
57%, contra 34% dos que têm
até o ensino fundamental.
Há também uma conexão entre a boa vontade com o Congresso e intenção de voto presidencial. Apenas 34% dos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) acham que os congressistas têm um desempenho ruim
ou péssimo. Já entre os eleitores de Geraldo Alckmin
(PSDB), a taxa de reprovação
pula para 43%. Com Heloísa
Helena (PSOL), vai a 50%.
"Não existem elementos
científicos suficientes para saber a razão exata para que a
avaliação dos congressistas tenha se estabilizado. Talvez as
pessoas tenham se cansado
desse assunto, a crise política e
as acusações de corrupção", diz
o cientista político Leôncio
Martins Rodrigues.
O presidente do Congresso,
senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), acredita que "a
população sabe diferenciar e
não faz uma generalização".
Para ele, pesa a favor dos congressistas o fato de "as investigações estarem acontecendo".
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