|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Adesão de professor tranquiliza mercado
ANDRÉA MICHAEL
EM SÃO PAULO
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi positiva a adesão do economista José Alexandre Scheinkman na equipe do presidenciável
Ciro Gomes (PPS) entre os investidores. No entanto, analistas e estrategistas de mercado ouvidos
pela Folha ressaltam que é preciso
saber "com mais precisão" qual
seria o papel do economista num
eventual governo de Ciro Gomes.
Scheinkman "acalma" o mercado, dizem os analistas, por representar a garantia de que pelo menos três pilares do atual modelo
econômico seriam mantidos: inflação baixa, austeridade fiscal,
com superávit primário na faixa
dos 3,75% (diferença entre receitas e despesas, exceto gastos com
juros) e o respeito aos contratos
da dívida interna. Para outro analista do mesmo banco é um "alívio" o fato de Scheinkman pertencer à Universidade de Chicago: "É
a mais pró-mercado do mundo".
"O maior medo do mercado é
que o novo governo não honre a
dívida interna, cujos maiores credores são os bancos e Scheinkman não faria isso", diz um analista do banco Fator, de São Paulo.
Para ele, a entrada de Scheinkman
é o "primeiro passo" para tranquilizar o mercado. O seguinte,
seria a participação mais efetiva
dele na campanha.
O perfil do economista e sua
convicção no livre mercado funcionaram como um indicativo de
que a influência de Mangabeira
Unger -tido como radical-
num eventual governo do candidato seria menor do que hoje.
"Agora só falta ele [Ciro" indicar, por exemplo, Tasso Jereissati
como ministro da Fazenda e
anunciar um período de transição
em que Armínio Fraga continuaria uns seis meses à frente do BC",
declarou Waldir Corrêa, presidente da Animec (Associação Nacional dos Investidores em Mercado de Capitais).
O temperamento de Ciro Gomes continua a preocupar.
"Scheinkman é muito bem conceituado no mercado. O problema é que o candidato pode se indispor com ele em uma semana",
afirmou Renato de Souza, gerente
de Ações da Click Trade, corretora que opera na Bovespa e BM&F.
A participação de Scheinkman
na campanha do presidenciável
foi intermediada por Mangabeira
Unger. Na quarta-feira passada,
Scheinkman reuniu-se durante
nove horas com Ciro, em São
Paulo. Participaram de algumas
partes da reunião, o governador
do Ceará, Tasso Jereissati, os empresários Beto Sicupira (GP Participações) e Jorge Gerdau Johannpeter (grupo Gerdau).
Texto Anterior: Idéias de candidato e economista divergem Próximo Texto: Para Wall Street, TV é chance de Serra Índice
|