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TODA MÍDIA
Madrugada de terror
Nelson de Sá
Na manchete do Jornal
Nacional:
- Moradores de rua são atacados em São Paulo. Três morrem e sete ficam feridos.
Do Brasil Urgente, com narração "em tempo real":
- Pauladas e pedradas na cabeça, em frente ao Tribunal de
Justiça... A pé, os assassinos descem a rua Tabatingüera e mais
um mendigo é agredido. Na rua
da Glória e na Conde do Pinhal,
mais dois. A madrugada de terror continuava na Sé, na 15 de
Novembro... Na São Bento, a
terceira morte.
Na seqüência, na Band, a notícia que acabou de vez com a São
Paulo dos comerciais:
- A principal linha de investigação, segundo a polícia e o Ministério Público, é que comerciantes podem ter pago por essa
"limpeza" no centro.
No JN, um promotor:
- As evidências sugerem um
grupo de extermínio.
Um esquadrão da morte.
Em momentos assim, diante
de cenas de sangue e cobertores
pelas calçadas, era de esperar
que a campanha parasse, não
desse as caras.
Mas não foi assim. Segundo o
SPTV, a prefeitura petista, em
nota, "criticou a onda de crimes" e "ofereceu ajuda ao governo do Estado contra a violência", passando a responsabilidade para a frente.
O governo estadual não fez
melhor. O secretário da Segurança correu ao programa de José Luiz Datena para protagonizar o seguinte diálogo:
- Secretário, qual é a linha de
investigação?
- Primeiro, talvez umas premissas. Não é incomum, com
moradores de rua, ter homicídio
entre eles. Bebida alcoólica,
muitos têm problemas mentais,
eles não têm o que a gente chama de freio inibitório.
Admitiu então:
- Mas não é o caso, é incomum essa pluralidade. Você pode aventar qualquer hipótese.
Eu quero dar um dado que acho
positivo. Na delegacia que cuida
de chacinas, você vê que São
Paulo tem reduzido muito. Raramente você consegue noticiar.
Temos índice de esclarecimento
de 96%, este ano passamos de
97%. Um primor.
Foi daqueles dias de revirar a
alma diante da TV.
TV/Reprodução
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"SMILEY" A revista "Economist" inventou de assistir ao horário eleitoral em São Paulo e saiu dizendo que, "se você não sabe nada de política brasileira, vai se confundir; se sabe um pouco, vai se confundir mais". Expôs a incoerência das alianças e a dissolução ideológica. Ironizou o PC do B por dissolver a foice e o martelo num "rosto sorridente"
RETALIAÇÃO
www.novesete.com.br/Reprodução
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Site da ex-agência do PSB traz a campanha "vetada" |
O marketing de Luiza Erundina, trocado por Quércia,
saiu atirando. O site da candidata do PSB foi tirado do ar
e no lugar entrou um texto em que a agência e outros que
"não receberam por seu trabalho" protestam contra "a
retaliação dos novos mandantes da candidatura". Pior:
- O coletivo de profissionais acrescenta, ainda, que
todas as informações contidas no site, principalmente a
prestação de contas, eram verdadeiras até o dia 12.
FHC de esquerda
Depois de propor "pedagogia
democrática" no debate da dívida interna, na revista "Primeira
Leitura", FHC dá mais passos de
volta à esquerda, em palestra para sociólogos nos EUA.
Segundo o "Valor", ele já começou "bombasticamente" ao
dizer que não falaria do futuro e
sim "do passado do neoliberalismo, porque ele não tem futuro".
FHC "seduziu" a platéia esquerdista de San Francisco.
Expansão
De FHC, nos EUA:
- Não precisamos reduzir o
Estado, mas expandir. E precisamos expandir os impostos.
Tendência
Franklin Martins, antes da votação, na CBN, já dizia que a decisão sobre os inativos serviria
para definir a "tendência" do
Supremo. Depois, na Globo, o
comentarista acrescentou:
- O governo está soltando fogos e com razão. Obteve uma
tremenda vitória política.
O Supremo agora é dele.
Anjo caído
Primeiro no jornal mexicano
"Récord", depois nas agências,
por fim na home page do UOL,
viam-se ontem as imagens do
ídolo decaído do futebol, Diego
Maradona, "supostamente"
cheirando cocaína.
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