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CASO BANESTADO
Procurador diz que o esquema de envio ilegal de dinheiro para fora do país "continua funcionando"
Força-tarefa agora rastreia novas contas
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Além das investigações para
chegar aos donos do dinheiro remetido para a conta Beacon Hill
do JP Morgan Chase, de Nova
York, a força-tarefa CC5 do Banestado vai atrás de outras contas
utilizadas por doleiros para evasão de divisas.
A base das novas investigações é
o mesmo banco de dados que o
Ministério Público Federal e a CPI
do Banestado receberam de autoridades norte-americanas sobre
movimentação financeira de brasileiros até 2003 e que sustentou a
Operação Farol da Colina, desencadeada na terça-feira, na qual foram foram presos 64 doleiros em
sete Estados.
O coordenador da força-tarefa,
procurador da República Carlos
Fernando dos Santos Lima, disse
ontem, em Curitiba (PR), que o
esquema de envio ilegal de dinheiro para fora do país "continua funcionando" com uso novas
contas. A conta Beacon Hill, por
onde teriam passado US$ 13 bilhões entre 1999 e 2002, foi fechada após uma investigação de lavagem de dinheiro nos EUA.
Lima e Vladimir Aras -também procurador da força-tarefa- fizeram ontem um balanço
da Operação Farol da Colina e a
definição das próximas fases. Segundo eles, 64 pessoas (uma a
mais que a informação fornecida
na terça-feira) foram presas e 215
mandados de busca e apreensão
foram cumpridos no dia da operação. Há ainda 59 mandados de
prisão não cumpridos de doleiros
que estão foragidos ou morando
fora do país.
As prisões e os mandados de
busca foram expedidos pelos juízes da vara federal de Curitiba especializada em lavagem de dinheiro. O objetivo das prisões era
permitir que a PF e o Ministério
Público tivessem acesso a documentos no Brasil que provem a
remessa ilegal de divisas para o
exterior, por um esquema chamado dólar-cabo (em que não há registro da entrada e saída do dinheiro não declarado no Brasil).
Os procuradores disseram que
devem pedir a prorrogação das
prisões temporárias.
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