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Pela 1ª vez, presidente da Fiesp não se associa a adversário de Lula nas eleições
DA REPORTAGEM LOCAL
De Mário Amato a Paulo
Skaf, essa será a primeira eleição presidencial em que o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp)
não tem perfil político associado a algum adversário de Luiz
Inácio Lula da Silva.
Em 1989, Amato disse que se
Lula vencesse haveria êxodo
em massa dos empresários.
Presidiram depois a Fiesp Carlos Eduardo Moreira Ferreira,
deputado pelo PFL, e Horácio
Lafer Piva, amigo de José Serra
-adversário de Lula em 2002.
Com mais de 100 mil empresas associadas, que representam quase 40% do PIB, a Fiesp
ainda não é território amistoso
para Lula, embora oficialmente
Skaf diga que a entidade é apartidária e cobrará todos os presidenciáveis. Reservadamente,
grandes empresários admitem:
a ampla maioria torce, descrente, pela vitória do tucano Geraldo Alckmin. Ainda assim, há setores que optaram por Lula, inclusive fazendo doações.
Já considerando a hipótese
de vitória de Lula, empresários
declararam à Folha que haverá
pressão para que o petista tire
poderes do Ministério da Fazenda em eventual segundo
mandato e fortaleça o Ministério do Desenvolvimento.
"Vamos declarar guerra se
não houver mudanças", avisa
um importante empreendedor
que pediu o anonimato. A
exaustão dos empresários é revelada com diplomacia por
Skaf. "Os indicadores macroeconômicos podem ser positivos, exceto um: o do crescimento". Lula e o PT acham os
indicadores um trunfo. Para
Skaf, "o cenário não pode ser
hostil a quem produz".
Ele desfia o corolário: não foram feitas reformas estruturais
(tributária, política, trabalhista
e sindical) no governo Lula, há
preocupação com explosão dos
gastos públicos em 2007, o rigor da política monetária levou
a crescimentos pífios, os juros
caíram pouco e devagar, a informalidade não foi reduzida
de forma significativa, não
houve queda de carga tributária, o câmbio é nocivo, prevalece a insegurança jurídica.
Reconhece, porém, que os
vários indicadores macroeconômicos positivos são sinal de
acertos do governo. "Isso é fruto de um trabalho." Os entraves
ao crescimento e os bons indicadores dividiram o Brasil produtivo em dois, diagnostica.
A coisa anda boa para a indústria de extração do petróleo, mineração, papel e celulose, sucroalcooleiro, siderúrgico. "Em compensação, a agricultura, indústria de transformação, moveleira, gráfica, têxtil, confecção, calçados e outras
vão muito mal", enumera.
O surto de bondades ao final
do governo Lula, como incentivos à construção civil e semicondutores e o pacote cambial,
não são vistos por Skaf como
eleitoreiros. "Se tem setores
que precisam de condições
mais isonômicas e o governo
está atendendo, é bem aceito."
Sobre a contribuição de empresários às campanhas, ele
considera que houve amadurecimento dos candidatos depois
da crise de 2005. "A recomendação óbvia é que as contribuições sejam feitas rigorosamente dentro dos padrões legais."
(MALU DELGADO)
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