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Horário eleitoral começou com ataques em 2002
DA REDAÇÃO
Diferentemente da campanha presidencial na TV de quatro anos atrás, que estreou com
ataques entre adversários, a
deste ano teve um início mais
"light" entre os principais candidatos ao Palácio do Planalto.
Na primeira semana de horário eleitoral, Luiz Inácio Lula
da Silva e Geraldo Alckmin,
principais concorrentes, deram
prioridade à apresentação de
suas biografias e realizações.
Em desvantagem nas pesquisas, o tucano optou por fazer
referências sutis ao tema corrupção -falou em mensalão na
estréia, mas sem citar ninguém- e "terceirizou" um ataque a Lula, ao veicular imagens
de um homem, identificado como agricultor, que reclamou de
Lula. A estratégia da campanha
tucana na TV, comandada pelo
jornalista Luiz Gonzalez, é não
associar Alckmin aos ataques
ao petista.
A trajetória pessoal e política
do tucano foi repetida nos quatro programas, com palavras
como "trabalho" e "seriedade".
O jingle do PSDB faz referências a ética, citando os adjetivos
"honesto" e "competente".
Já Lula não fez nenhuma
menção ao adversário. Fez referência indireta ao mensalão,
mas tentou generalizar a crise,
pondo a culpa em todo o sistema político. Seu marqueteiro,
João Santana, escolheu mostrar números e obras do governo federal.
Na quinta, o presidente fez
um programa dedicado ao tema
ascensão social, falando de queda de impostos e aumento do
poder de compra.
Ciro x Serra
Em 2002, a primeira semana
foi agitada e interferiu diretamente nas pesquisas de intenção de voto seguintes. Na eleição passada, antes de a propaganda política começar, Lula liderava (37%), seguido por Ciro
Gomes (PPS), com 27%, e José
Serra (PSDB), com 13%.
Com menos de 50 dias para
reverter o cenário, o tucano foi
pro ataque logo no primeiro
dia. Reproduziu no seu programa uma entrevista na qual o
então candidato do PPS chamou um ouvinte de "burro".
Logo na primeira semana, a
disputa na TV foi parar no TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
Em 30 de agosto, dez dias depois do início da propaganda na
TV, Serra já havia subido à segunda posição, tecnicamente
empatado com Ciro: 19% do tucano contra 20%.
Dias depois, uma declaração
amplamente noticiada de Ciro
pareceu enterrar de vez suas
chances. No dia 31 de agosto,
disse que, na campanha, o papel de sua mulher, Patrícia Pillar, era o de "dormir" com ele.
Em 9 de setembro, Serra já havia ultrapassado Ciro (21% contra 15%). O então concorrente
do PPS não conseguiu reverter
a queda e ficou fora do segundo
turno, vencido pelo petista.
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