DA REPORTAGEM LOCAL

Amanhã, quando for ouvido pela primeira vez em juízo desde que foi preso, o ex-prefeito Paulo Maluf disse que pedirá à Justiça Federal a prisão de Vivaldo Alves, o Birigüi, apontado como o doleiro da família Maluf no exterior.
"Não movimentei [dólares] com ele, mas, se movimentei, não sou eu o criminoso. A conta é dele, o criminoso é ele", afirmou Maluf, que nega ter enviado dinheiro ao exterior.
Birigüi disse ter movimentado US$ 161 milhões da família Maluf por meio da conta Chanani no Safra National Bank de Nova York.
"Você colocaria R$ 161 milhões na conta de alguém que não conhece?", perguntou Maluf ao repórter André Guilherme, da Jovem Pan, que o entrevistava na ante-sala da carceragem da Polícia Federal.
"A conta é dele [do doleiro], ele movimentou com centenas de pessoas e está solto, o réu está lá fora rindo de seus crimes, rindo de todos nós", disse.
O ex-prefeito apareceu para a entrevista vestindo uma camisa que disse ter comprado na Itália e uma calça escura. Tinha acabado de fazer a barba.
"Não tenho sentido solidão porque tenho solidariedade", disse, e se negou a comentar a comida da prisão. "Já falei disso antes."
Maluf repetiu várias vezes que sua prisão é injusta. Ao ser questionado se chora na prisão, o ex-prefeito disse com voz embargada que se emociona ao falar da família.
"Sou emotivo com a minha família. Quando uma das minhas filhas me contou que um dos meus netos, de 7 anos, foi mandado para a diretoria da escola após ser provocado, me deixou com lágrimas nos olhos. Meus netos estão me defendendo", afirmou.


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