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CASO MALUF
Tribunal superior poderia conceder liberdade, mas essa chance é remota
Advogados pedem habeas corpus para os Maluf no STJ
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro Gilson Dipp, da
Quinta Turma do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), será o relator
do habeas corpus, com pedido de
liminar (urgência), em favor do
ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PP) e de seu filho Flávio, presos na Polícia Federal de São Paulo desde o dia 10 deste mês.
Os advogados José Roberto Leal
e José Roberto Batochio, que passaram o fim de semana preparando o pedido, querem que o STJ reforme a decisão proferida na última sexta-feira pelo TRF (Tribunal
Regional Federal) de São Paulo,
que negou o pedido de liberdade
imediata dos Maluf.
O STJ é uma instância superior e
poderia modificar a decisão do
TRF, mas os próprios advogados
admitem que essa possibilidade é
remota, já que os tribunais não
costumam se manifestar quando
não há uma decisão definitiva na
instância inferior. Complica a situação dos Maluf o fato de a Quinta Turma do STJ ser conhecida no
meio jurídico como uma das mais
duras do tribunal.
Defesa
Em seus recursos ao STJ, Leal e
Batochio, que advogam para Maluf e Flávio, respectivamente,
apontam falhas no processo, acusam falta de fundamentos para a
prisão preventiva, ausência de
justa causa e nulidade de todas as
provas colhidas pelo delegado da
PF Protógenes Queiroz, inclusive
das escutas telefônicas.
O delegado é de Brasília e, segundo a defesa, pai e filho só poderiam ser investigados por um
delegado de São Paulo.
Os dois advogados argumentam que o ex-prefeito e seu filho
têm residência fixa, sempre compareceram quando convocados a
depor e não são réus perigosos ou
violentos.
Com relação à suposta tentativa
dos Maluf de impedir o depoimento do doleiro Vivaldo Alves, o
Birigüi, os advogados dizem que
esse argumento não tem sentido,
pois as investigações já foram
concluídas, o doleiro foi ouvido
três vezes na PF e outras tantas vezes na procuradoria.
Birigüi afirmou à PF que enviou
cerca de US$ 161 milhões dos Maluf para uma conta nos EUA.
A defesa diz estranhar ainda o
fato de o ex-prefeito Celso Pitta,
sucessor e ex-afilhado político de
Maluf, não ter sido denunciado
(acusado formalmente) pelo Ministério Público.
Segundo o procurador da República, Pedro Barbosa, as investigações contra Pitta correm num
inquérito paralelo.
Réus
Maluf e Flávio são réus em processo por lavagem de dinheiro,
evasão de divisas, formação de
quadrilha e corrupção passiva
-a soma das penas mínimas é de
oito anos de reclusão.
A prisão preventiva deles foi decretada pela juíza da 2ª Vara Federa de São Paulo, Sílvia Maria Rocha, que considerou existirem indícios suficientes da movimentação internacional de dinheiro. Pesaram na decisão as interceptações telefônicas que revelaram
tentativa dos Maluf de impedir o
depoimento de um doleiro à PF.
O juiz federal convocado do
TRF Luciano Godoy concordou
com os argumentos da juíza federal e manteve a prisão preventiva
dos Maluf.
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