São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ

Justiça nega prisão de ex-assessor de Lula

Juiz também rejeita pedido de revogação de liberdade de Darci Vedoin e manda soltar Paulo Trevisan, Valdebran e Gedimar

Magistrado considera "no mínimo estranho" que o pedido de prisão de Freud tenha saído na imprensa antes de chegar à Justiça


HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ

A Justiça Federal em Cuiabá (MT) rejeitou ontem o pedido de prisão temporária, feito pelo procurador da República Mário Lúcio Avelar, contra o ex-assessor especial da Presidência da República Freud Godoy, suspeito de envolvimento no caso do dossiê contra tucanos.
O juiz Marcos Alves Tavares, substituto da 2ª Vara Federal, também mandou soltar o advogado Gedimar Passos e o empresário Valdebran Padilha, presos na sexta-feira no caso do dossiê contra José Serra e Geraldo Alckmin.
Tavares também rejeitou o pedido de prisão contra Darci Vedoin, pai de Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas e que receberia R$ 2 milhões pelo dossiê.
"O Ministério Público Federal apresenta como fundamento para a decretação da prisão preventiva [de Darci] as interceptações telefônicas que tenho como precárias para a decretação da prisão preventiva pleiteada. Os diálogos, na maior parte em "códigos", não permitem que se extraia nenhuma conclusão", afirmou Tavares.
Ao negar o pedido de prisão, o juiz disse que é "no mínimo estranho e contraproducente que um pedido de prisão temporária seja divulgado na imprensa antes de sua análise pelo juízo". A informação da prisão de Freud começou a circular desde a manhã de ontem.
Por conta disso, Freud mandou uma petição via fax informando que compareceu à sede da PF em São Paulo, colocando-se "à disposição da autoridade policial, bem como do Poder Judiciário, trazendo o endereço onde poderá ser localizado". Com base na declaração, o juiz entendeu não haver necessidade de prisão.
Freud nega que tenha orientado a compra do dossiê. Ele pediu afastamento da secretaria da Presidência.
Com relação a Valdebran e Gedimar, o juiz entendeu que os depoimentos "estão sendo tomados, não havendo, em princípio, necessidade de diligências complementares".
O juiz também mandou soltar Paulo Roberto Trevisan, tio de Luiz Antonio Vedoin, que foi preso com o dossiê.


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