São Paulo, quinta-feira, 20 de setembro de 2007

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Governo libera cargos para aprovar CPMF

Desde o mês passado, Planalto acelerou nomeações de aliados em vagas do 2º escalão de ministérios e empresas estatais

Indicações de PMDB, PTB, PP, PDT e PSB são atendidas; líder do governo, José Múcio vê ritmo normal: "Não há distribuição de cargos"

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o objetivo de garantir a aprovação da CPMF, o governo acelerou, desde o mês passado, a nomeação de indicados políticos para o segundo escalão dos ministérios e de estatais.
As demandas e reclamações ainda são grandes, mas líderes de partidos aliados afirmam que o ritmo mais rápido, combinado com uma melhor execução de emendas ao Orçamento, tem ajudado a acalmar os chamados "deputados do baixo clero" na Câmara.
O primeiro semestre foi marcado pela paralisia na composição do segundo escalão, devido à resistência do PT em ceder espaço para outras siglas.
A partir de agosto, o "Diário Oficial" registra uma melhora no cenário para os aliados. O PMDB, que já havia emplacado o ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde em Furnas no final de julho, conseguiu a nomeação de Josenir Gonçalves do Nascimento para a diretoria executiva da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). A indicação saiu no dia 12 de setembro, por pressão da bancada peemedebista do Pará, de Jader Barbalho.
O PP foi atendido em sua prioridade -aparelhar o Ministério das Cidades. Conseguiu encaixar em postos-chave da pasta o tesoureiro da sigla, Leodegar Tiscoski, e mais dois outros nomes. "A bancada está sendo mais atendida e isso vai refletir na aprovação da CPMF. Hoje [ontem] eu conversei com o ministro Walfrido dos Mares Guia [coordenador político do governo] e nem falei de cargos", disse o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA).
O PTB obteve a nomeação de Armando Santos Junior para a a superintendência da Susep (Superintendência de Seguros Privados). "A coisa está caminhando, mas ainda há muita coisa por decidir", disse o líder da sigla, Jovair Arantes (GO).
O PDT nomeou, no dia 10 de setembro, o ex-deputado federal André Lima (CE) na assessoria especial do ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Já o PSB viu em tempo recorde o preenchimento da estrutura de cargos da recém-criada Secretaria Especial de Portos. Até o nanico PRB colocou o presidente do diretório mineiro, Rogério Colombini, na diretoria da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Contra a rebeldia
Mesmo com os votos petistas assegurados pró-CPMF, o governo não descuida do partido. Dois ex-deputados federais da sigla receberam cargos em ministérios no último mês: Irineu Colombo (PR) foi agraciado com uma diretoria na Educação, e Simplício Mario (PI), com uma secretaria na Integração Nacional, do PMDB.
Além disso, a ministra Marta Suplicy (Turismo) quebrou a tradição de nomear técnicos para a sua pasta e deu um cargo de assessora para Elizabeth Sahão, do PT paulista.
Vice-líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR) diz que os deputados estão aprendendo a conviver com um ritmo lento de nomeações. "Esse é um governo reeleito, em que os cargos já estavam preenchidos."
Para o líder do governo, José Múcio (PTB-PE), o ritmo está normal. "Não está havendo distribuição de cargos nesta semana. Pelo contrário, temos até algumas pendências."


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