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Outro lado
Executivo nega envolvimento em operação
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de seis diretores do
Bemge (Banco do Estado de
Minas Gerais) terem sido indiciados, a Polícia Federal
apontou o presidente do
banco em 1998, José Afonso
Bicalho, como o principal
responsável pela operação.
Segundo o relatório da PF,
ele "negou ter orientado ou
determinado a aquisição de
cotas de patrocínio por parte
das empresas coligadas ao
conglomerado Bemge".
De acordo com a PF, o então presidente do Bemge disse que nem sequer "teve conhecimento ou tampouco
autorizou qualquer patrocínio ao "Iron Biker'".
À Folha Bicalho reafirmou ontem que não teve conhecimento desse fato e disse que "cada empresa [do
grupo Bemge] tinha o seu diretor executivo", justificando assim a emissão dos cinco
cheques de R$ 100 mil, sendo um de cada empresa do
grupo.
"Eu estava envolvido de
corpo e alma na privatização
do banco. Era um momento
complicado, estava tendo a
crise [econômica] da Rússia,
tanto que teve banco que ia
participar do leilão de privatização e não participou porque nem teve autorização do
Banco Central. Eu estava envolvido só na privatização."
Ele disse não saber do indiciamento. "Eu fui interrogado, mas não teve nada ainda. Não fui comunicado de
nada", disse.
No relatório, a PF afirma
que não houve formalização
de atos administrativos relacionados aos repasses do
Bemge. O Itaú, comprador
do Bemge, informou à Polícia Federal que "não encontrou em seus arquivos os documentos que fundamentaram os pagamentos relacionados ao patrocínio do evento "Iron Biker'".
A assessoria do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza informou que
ele não vai se manifestar sobre o esquema mineiro em
investigação.
Em nota encaminhada à
Folha, a assessoria do senador Eduardo Azeredo
(PSDB) disse que "o patrocínio para o Enduro da Independência foi legal, segundo
comprovam documentos das
empresas que adquiriram as
cotas, e o evento realmente
foi realizado" e que "as ações
de publicidade institucional
da Cemig [...] existiram e se
destinaram a campanhas sobre economia de energia".
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