PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), negou ontem à Folha que tenha recebido recursos da campanha majoritária do PSDB em 1998, ano em que disputou vaga na Câmara dos Deputados.
A Folha pediu à assessoria de Aécio para ouvi-lo sobre o seu nome aparecer na lista elaborada por Cláudio Mourão, tesoureiro da campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo mineiro em 1998. Na lista consta o nome de Aécio como suposto recebedor de R$ 110 mil. A resposta do governador foi dada por meio de nota da assessoria.
"A Assessoria de Imprensa do Governo de Minas Gerais informa que o então candidato a deputado federal Aécio Neves não recebeu recursos oriundos da campanha majoritária do PSDB para o governo do Estado em 1998. Informa ainda que o nome do então candidato a deputado não é sequer citado no corpo do relatório da Polícia Federal." No relatório da PF entregue ao Supremo, o governador aparece na lista de Mourão entre mais de 150 nomes de políticos de 17 partidos. No relatório, a PF não comenta os nomes, mas diz que a lista é "autêntica" porque não foi montada e porque a assinatura de Mourão é verdadeira.
Sobre isso,diz a nota de Aécio: "Mas [o relatório] não se manifesta sobre a veracidade do conteúdo da lista". "O relatório da própria Polícia Federal também não atesta a veracidade do conteúdo global da lista entregue à PF pelo senhor Nilton Monteiro", conclui, referindo-se ao lobista que tornou pública a lista.
No relatório de 172 páginas, a PF ainda diz: "O aprofundamento das investigações a respeito dos beneficiários dos recursos foi prejudicado pelo silêncio adotado por Cláudio Mourão e pelos demais envolvidos, uma vez que não foi possível obter elementos suficientes para rastrear os canais financeiros utilizados na distribuição dos recursos".


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