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JUSTIÇA
STJ restabelece decisão de juíza sobre a guerrilha do Araguaia
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O "Diário da Justiça" deverá publicar hoje decisão do
STJ (Superior Tribunal de
Justiça) restabelecendo integralmente a sentença da
juíza federal Solange Salgado, que determinou, em julho de 2003, a quebra do sigilo das informações militares
sobre todas as operações na
guerrilha do Araguaia.
Segundo a sentença, a
União terá de informar em
120 dias onde estão sepultados os restos mortais dos familiares dos autores da ação
movida em 1982 e proceder o
traslado e sepultamento.
O movimento armado foi
organizado pelo PC do B
contra o regime militar, na
região do Bico Papagaio (entre Tocantins, Pará e Maranhão), e extinto pelas Forças
Armadas em 1974.
Ao retornar o caso à primeira instância da justiça federal, o STJ entendeu que o
Tribunal Regional da 1ª Região havia ultrapassado a sua
competência quando decidiu, em dezembro de 2004,
que ministros e comandantes das Forças Armadas deveriam comparecer a audiência solene naquele tribunal para iniciar a abertura
dos arquivos, sob pena de serem presos em caso de desobediência.
A União então impetrou
habeas corpus no Supremo e
o ministro Joaquim Barbosa
concedeu salvo-conduto a
José Alencar (então ministro
da Defesa), Márcio Thomaz
Bastos (Justiça), Nilmário
Miranda (Direitos Humanos), Álvaro Ribeiro Costa
(AGU), Mauro de Lima e Silva (Abrin) e aos ex-comandantes do Exército, Marinha
e Aeronáutica, para que eles
se abstivessem de comparecer à audiência.
Barbosa entendeu que havia constrangimento ilegal
na decisão, que determinara
a audiência "sob pena de
busca e apreensão de documentos" e responsabilidade
criminal a quem resistisse.
Esse habeas corpus deveria ter ido a julgamento no
STF no dia seguinte à sessão
final do mensalão. Foi retirado de pauta porque o advogado-geral da União, José Antônio Toffili, comunicou-lhe
verbalmente que a AGU obtivera decisão favorável de recurso especial no STJ.
A decisão do STJ é de junho, mas a AGU (Advocacia
Geral da União) só formalizou o pedido no STF no último dia 4. O ministro Barbosa
arquivou o habeas corpus no
dia 11.
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