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Repórter é baleado ao trabalhar em Goiás
Amaury Ribeiro Júnior, do jornal "Estado de Minas", está internado no Hospital Regional do Gama (DF)
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O repórter Amaury Ribeiro
Júnior, 44, do jornal "Estado de
Minas", foi baleado na noite de
ontem quando trabalhava na
Cidade Ocidental (GO), a cerca
de 50 km de Brasília. Ele fazia
uma série de reportagens para
o jornal "Correio Braziliense"
sobre a violência no entorno do
Distrito Federal.
Ontem, o jornalista apurava
um reportagem sobre o tráfico
de drogas. Segundo relato do
motorista que o acompanhava,
que pediu para não ser identificado, os dois já tinham concluído a apuração e sentaram em
um bar. Um rapaz, aparentando ter 18 anos, se aproximou a
pé, já com a arma em punho e
apontada para o repórter.
Ao perceber a situação, segundo o motorista, Amaury se
jogou em cima do rapaz e, no
chão, o primeiro tiro foi disparado, acertando o abdome do
repórter. O autor do crime fugiu, disparando mais dois tiros
que não atingiram ninguém. O
jornalista foi levado ao Hospital Regional do Gama. O hospital informou que a bala perfurou a parede abdominal, mas
não atingiu nenhum órgão.
Informações preliminares da
polícia indicam que o autor do
disparo seria um homem conhecido como Cezinha. Suspeita-se que o crime tenha sido
motivado por vingança e que o
atirador agiu a mando de um
traficante cuja casa foi mostrada em reportagem de Amaury.
O governador do DF, José
Roberto Arruda (DEM), foi ao
hospital. Ele conversou com o
governador de Goiás, Alcides
Rodrigues (PP), e com o ministro Tarso Genro (Justiça), para
que a PF investigue o caso. "Eu
vinha alertando que os índices
de violência do entorno são terríveis", disse ele, que havia pedido ajuda da Força Nacional
de Segurança. "É um crime não
só contra a pessoa física, mas
contra a liberdade de imprensa
e eu diria até contra o Estado."
O diretor-presidente do Diário dos Associados e do jornal
"Correio Braziliense", Álvaro
Teixeira da Costa, definiu o crime como um atentado.
A ANJ (Associação Nacional
de Jornais) divulgou nota, assinada por Júlio César Mesquita,
vice-presidente da entidade,
em que "lamenta e condena
com todo vigor o atentado". "É
alarmante o estado de descontrole a que chegou a criminalidade em nosso país e chocante
que ela atinja, de forma terrorista, um profissional da imprensa que vinha trabalhando
exatamente com o objetivo de
denunciá-la", diz o texto.
Paranaense, Amaury recebeu mais de 20 prêmios, incluindo três prêmios Esso. Já
foi repórter da Folha, de "O
Globo e do "JB", entre outros.
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