NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Ano passado, na campanha para governador, Duda Mendonça levou Paulo Maluf a proclamar:
- Vou à guerra.
Era a guerra fiscal, contra os demais Estados.
Coincidência ou não, foi Duda Mendonça assumir a campanha de Eduardo Duhalde na Argentina para o candidato peronista sair dizendo coisa parecida. No caso, contra o Brasil. Da Globo:
- Por votos, Duhalde pede aos argentinos que só consumam produtos nacionais. A ameaça somos nós.
Antes de Duhalde, já Carlos Menem, também assessorado por Mendonça, andou criando atritos com o Brasil e até com o Paraguai.
Tal irracionalismo, derivado da estratégia de apontar inimigo externo para unir e seduzir o eleitorado, deu errado em 98. Mendonça e clientes perderam em quase toda parte -São Paulo, Rio, Minas.
Não promete ser diferente na Argentina, onde o candidato Fernando de la Rúa faz discurso oposto e lidera. Seu diálogo com a Globo, ontem:
- Que mensagem o senhor tem para o Brasil?
- Que sou amigo do Brasil. E que encontremos o caminho da cooperação.
Ele defendeu até a moeda única no Mercosul.

Os telejornais priorizaram a "melhora", segundo a Band, na popularidade de FHC, mas a pesquisa de ontem trouxe também Ciro empatado com Lula. Depois, Itamar logo acima de ACM.
Lula e ACM, presidenciáveis abertos, estão em faixas diferentes, por enquanto. No dizer de Arnaldo Jabor:
- O Lula e o ACM se uniram para debater a fome. Lula tem fome de ser aceito pela classe média. O ACM quer comer um pouco do PT, para ser defensor dos pobres. Lamentam a fome do povo, mas comem da fome do povo para dizer ao povo que amam o povo.

E-mail: nelsonsa@uol.com.br


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