DA REPORTAGEM LOCAL

Pouco depois de começar a garimpar alianças e apoios para o segundo turno, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), conseguiu apoio da maioria dos deputados estaduais eleitos. Dos 94 parlamentares, 50 apóiam o tucano. José Genoino (PT) conta com o apoio de 27.
Às vésperas do segundo turno, os apoios são importantes porque políticos recém-eleitos podem transferir, ainda que parcialmente, os votos de seu eleitorado para o candidato que apóiam. Além disso, mantido o atual quadro de alianças, elas significam maioria na Assembléia.
Ainda que Genoino obtenha o apoio do PPB, de Paulo Maluf, e do PMDB (dividido no que se refere ao apoio estadual), o número de parlamentares da sua base de sustentação subiria para 36. O PPB elegeu sete deputados e o PMDB, quatro.
Na última quinta, o presidente nacional do PMDB, deputado reeleito Michel Temer, reuniu-se com Alckmin e com o coordenador geral da campanha do tucano, João Carlos Meirelles. Temer disse que a maioria das bancada estadual e federal apoiará o tucano.
O deputado federal eleito José Mentor (PT), coordenador da articulação política da campanha do PT ao governo, diz ser prematuro pensar em obter maioria parlamentar na Assembléia Legislativa: "É hora de garantir apoios para eleger Genoino". Para ele, a sustentação parlamentar será fruto de um novo arco de alianças, formado após as eleições.
Genoino conta com os deputados eleitos do PC do B (2) e do PL (2). A bancada do PT, a maior da Assembléia, será composta por 23 parlamentares. Apesar de oficialmente não estar preocupada com sustentação parlamentar na Assembléia, a cúpula da campanha de Genoino trabalha para obter apoio de deputados de partidos que já declararam apoio a Alckmin. É o caso do PPS e do PSB.
Os tucanos já comemoram o apoio dos deputados eleitos de PFL (6), PTB (6), PSB (5), PPS (5), PV (5), PDT (4) e PRP (1). A bancada do PSDB é constituída por 18 parlamentares.
O coordenador de Alckmin diz ainda que os deputados reeleitos do PMDB (Caruso e delegada Rose) apoiaram o governo nos últimos quatro anos e a expectativa do coordenador é que continuem a fazê-lo.
O mesmo ocorreu com dois deputados do PPB que também se reelegeram (Wagner Salustiano e Aldo Demarchi).
A atual configuração da Assembléia deixa claro que, num eventual governo, Genoino terá de negociar muito mais do que Alckmin -que, no momento, conta com mais apoio- para obter maioria parlamentar.
(GABRIELA ATHIAS)



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