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Retratação encerra
polêmica, diz Viegas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA COLUNISTA DA FOLHA
O ministro da Defesa, José Viegas, disse ontem que a nota de retratação divulgada pelo comando
do Exército "encerra" a polêmica
criada sobre o "caso Herzog". Sobre a primeira versão da nota, divulgada no último domingo, rotulou-a de "muito inadequada".
Ontem à noite, em entrevista à
Folha antes de participar de solenidade na Procuradoria Geral da
República, Viegas afirmou que está firme no cargo e que não se sentiu afrontado ou desprestigiado
ao tomar conhecimento via terceiros do teor da primeira nota.
O ministro soube da primeira
nota por meio de um assessor, no
domingo de manhã, e, em seguida, telefonou para José Dirceu
(Casa Civil) e para o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
avisando que a questão era grave
e exigia uma retratação eloqüente.
Com sinal verde de Lula e de
Dirceu, Viegas chamou à sua casa
o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, a
quem entregou ofício com recriminação formal e o pedido de nova nota de correção. "A nota não
reflete a posição do governo e particularmente a do Ministério da
Defesa", escreveu no ofício.
Ontem, sobre as fotos do jornalista Vladimir Herzog que vieram
à tona, disse: "Isso é fato do passado sobre o qual eu prefiro neste
momento, inclusive, não comentar".
(EDUARDO SCOLESE e ELIANE CANTANHÊDE)
Folha - O senhor acredita que a
nova nota divulgada hoje [ontem]
pelo Exército encerra a polêmica?
José Viegas - Sim. Acho que ela
coloca um ponto final na polêmica. Uma nota radicalmente diferente da nota de domingo, que era
uma nota muito inadequada. De
maneira que, do nosso ponto de
vista, o assunto está encerrado.
Folha - Na avaliação do senhor, o
responsável pela elaboração da
primeira nota deve ser punido?
Viegas - Não. A própria nota nova... a correção da nota é a notificação do rumo... isto é... absolutamente correto, de maneira que
não há nenhuma seqüela.
Folha - No domingo, quando leu a
nota do Exército, o senhor se sentiu
afrontado ou desprestigiado de alguma forma?
Viegas - Não se trata de personalizar as coisas. Estamos diante de
um fato político, houve erro na redação daquela nota, e esse erro foi
corrigido hoje [ontem] de maneira que tudo volta ao normal.
Folha - Diante deste caso, o senhor se considera firme no cargo de
ministro? Chegou a tratar deste tema hoje [ontem] com o presidente
Lula?
Viegas - Eu não tenho nenhum
comentário a esse respeito. Meu
cargo pertence ao presidente da
República, como o de todos os demais, de maneira que o presidente
é quem decide.
Folha - Sobre a divulgação das
três fotos que seriam do jornalista
Vladimir Herzog e da própria reportagem [de domingo] do "Correio Braziliense", qual a avaliação
histórica que o senhor faz a respeito disso?
Viegas - Isso é fato do passado
sobre o qual eu prefiro neste momento, inclusive, não comentar.
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