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CASO CELSO DANIEL
Filho diz que Printes reclamou de dores na véspera da morte
Família de legista descarta suicídio
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A família do legista Carlos Delmonte Printes, 55, encontrado
morto há uma semana, disse ontem não acreditar na versão de
suicídio -hipótese considerada
mais provável por autoridades
que investigam o caso.
Printes foi o responsável pela
necropsia do corpo do prefeito assassinado de Santo André, Celso
Daniel, morto em janeiro de 2002.
Em agosto deste ano, o perito levantou polêmica após narrar uma
suposta censura imposta pela polícia para que ele não falasse que
Daniel havia sido torturado.
Na quarta-feira passada, o corpo de Printes foi encontrado caído no escritório dele pelo filho
Guilherme. Dias antes, o legista
havia deixado com o filho uma
carta com instruções sobre velório e cremação.
Ontem, em depoimento à Polícia Civil e ao Ministério Público,
Guilherme disse que, na noite anterior à morte, o pai falou de planos para o futuro e reclamou de
dores. Afirmou que Printes estava
com gripe, que virou pneumonia
e agravou um quadro de miocardite (inflamação do miocárdio).
A necropsia, porém, praticamente descartou a possibilidade
de morte por disfunção cardíaca.
O Instituto Médico Legal está
analisando as vísceras e o resultado deve sair em dez dias.
Quanto à carta deixada por
Printes dias antes de sua morte
-apontada por autoridades como um dos principais indícios de
possível suicídio-, Guilherme
disse que era normal o pai dar instruções aos filhos. Afirmou ainda
que o documento foi escrito na
frente dele e da mãe, Vera Capelosi Delmonte, ex-mulher do perito.
À polícia Vera também disse
descartar a hipótese de suicídio.
Segundo o promotor Marcelo
Milani, a mulher de Printes, Luciana Plumari, 30, fez uma declaração mais emocional. Após afirmar que ela e o perito viveram
juntos quase dez anos, disse que a
relação entre os dois estava "estremecida" e que ele tentou uma reconciliação.
No final da tarde de ontem, Milani e policiais foram à casa de
Printes para fazer busca e apreensão. Familiares acompanharam a
operação.
A equipe procurou evidências
que ajudem a esclarecer as circunstâncias da morte. A Promotoria de Santo André, que havia
solicitado ao legista informações
complementares sobre a morte de
Celso Daniel, também busca reunir possíveis documentos relacionados ao caso.
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