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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Fato consumado
A campanha de Geraldo Alckmin vai se antecipar à
conclusão do inquérito da Polícia Federal e passar a
martelar, desde já, que o dinheiro usado para comprar
o dossiê contra José Serra era da campanha de Lula.
Pelo raciocínio que embasa a nova retórica tucano-pefelista, o dinheiro, tenha a origem que for, é da campanha, já que foi apreendido com petistas e havia pelo
menos três membros do comitê de Lula na trama.
"Cometeu-se, portanto, crime eleitoral", diz o líder da
oposição na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA).
Com a nova tática, a coordenação de campanha de
Alckmin tentará retomar a ofensiva depois de duas
semanas nas cordas por conta do empenho do PT para carimbar o candidato tucano como privatista.
Rifa. De um general da campanha lulista, sobre as especulações de que o dinheiro para comprar o dossiê teria vindo de várias fontes: "Se para
juntar aquela dinheirama cada um contribuísse com R$ 5
mil, R$ 10 mil, em uma semana teria um mundo de gente
sabendo. Deve ter vindo de
um ou dois abastados".
Caderninho. Na reunião
que teve ontem com tucanos e
pefelistas em São Paulo, Luiz
Gonzalez, chefe da comunicação da campanha de Alckmin,
ouviu tudo, justificou o que foi
feito até agora nos programas
de TV e não deu pistas sobre
se vai atender aos pedidos.
Vacina. Entre as sugestões
apresentadas pelos parlamentares tucanos e pefelistas
ao marqueteiro de Alckmin
está a de mostrar pessoas de
baixa renda que têm celular
graças à privatização das teles, feita no governo FHC.
Motivacional. Gonzalez
disse aos parlamentares que
existem cerca de 20 milhões
de eleitores ainda "voando",
ou seja, oscilando entre os
dois candidatos. E exibiu pesquisas internas que mostram
diferença de no máximo dez
pontos entre Lula e Alckmin.
Ponto de vista. Telefonema entre Márcio Thomaz
Bastos e Antonio Carlos Magalhães na noite em que saiu a
mais recente pesquisa Datafolha. "Perdemos a eleição",
desabafou o senador pefelista.
"Ganhamos a eleição", retrucou o ministro da Justiça.
Focalizado 1. O governo
liberou recursos para a retomada das obras de trechos das
BRs 101, 470, 481 e 158, todas
elas no Rio Grande do Sul, onde Lula foi derrotado por
Alckmin no primeiro turno.
Focalizado 2. As liberações devem continuar na semana que vem. Elas já totalizam R$ 350 mi neste ano apenas para as rodovias federais
em território gaúcho.
On the road. Blairo Maggi terá agenda cheia como cabo eleitoral de Lula na semana que vem. Na segunda-feira,
desembarca em Cascavel
(PR). No dia seguinte, estará
em Porto Alegre (RS). O governador reeleito de Mato
Grosso recebeu a missão de
quebrar a resistência dos produtores agrícolas ao petista.
Fora do muro. Roseana
Sarney aguarda Lula na terça
em Timon, cidade do Maranhão que fica na divisa com o
Piauí. A candidata do PFL
pretende usar as imagens de
palanque contra o adversário
Jackson Lago (PDT), que tem
o apoio do PT local. Ainda não
há confirmação oficial da
campanha do presidente.
Repeteco. O assessor Antonio Jacinto Filho, demitido
do gabinete de Heloísa Helena (AL) por usar o e-mail do
Senado para divulgar a agenda de campanha da senadora
no primeiro turno, foi readmitido. E mandou mensagem,
de novo via Senado, agradecendo os votos dados à candidata à Presidência do PSOL.
Visita à Folha. Paulo Renato Souza, ex-ministro da
Educação e deputado federal
eleito pelo PSDB de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Wilson Pedroso Junior, assessor.
Tiroteio
"Se FHC encontra o Alckmin com aquela jaqueta,
vai querer vendê-lo junto com as estatais."
Do deputado PAULO PIMENTA (PT-RS) ironizando o fato de o candidato
do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, ter vestido uma jaqueta com
logotipos da Petrobras, Banco do Brasil e Correios na tentativa de afastar a imagem de privatista que lhe é impingida pela campanha de Lula.
Contraponto
Férias frustradas
Tão logo eleito governador de Sergipe, Marcelo Déda
(PT) passou a reforçar a campanha de Lula, o que causou
protestos em sua família, desejosa de uns dias de férias.
No domingo, Déda atendeu ao pedido. Ao chegar à casa
no litoral, foi cumprimentar os vizinhos. O petista aproveitou e pediu votos para Lula. Irritada, sua mulher sugeriu que ele fosse à praia com o filho, João Marcelo, 3. Enquanto faziam castelo de areia, Déda era cumprimentado
a todo momento por causa de sua vitória. De tanto ver a
cena se repetir, o menino, intrigado, perguntou:
-Papai, é hoje o seu aniversário? Está todo mundo te
dando parabéns...
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