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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Para petistas, elogio de Lula a Serra e Aécio é "protocolar"
Aliados não vêem declaração do presidente como sinal de suas preferências para 2010
Governador eleito, Déda diz que Lula tem demonstrado que, se for reeleito, quer
buscar uma interlocução
política suprapartidária
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Aliados preferem entender
os elogios do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva aos tucanos
José Serra e Aécio Neves, feitos
na sabatina à Folha anteontem, como um ritual de passagem necessário para o segundo
mandato -caso reeleito- e
não como um sinal político de
preferências do petista para a
sucessão presidencial de 2010.
Enquanto os dois tucanos são
os nomes fortes para a disputa
presidencial de 2010, os partidos de esquerda não possuem
um sucessor natural.
"É acertado examinar a declaração do presidente Lula
sob a luz de uma discussão institucional. Seria apressado tirar qualquer conclusão política", afirma o governador eleito
de Sergipe, Marcelo Déda (PT),
que integra a coordenação nacional de campanha de Lula.
Para o petista, Lula dá demonstrações de que, se reeleito, quer buscar uma interlocução política suprapartidária. Os
aliados de Lula já demonstram
preocupação em melhorar o
diálogo com a oposição para
que o petista, se reeleito, não
governe sob pressão institucional nos próximos quatro anos.
O adversário de Lula, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que
se o petista for reeleito seu novo mandato "acaba antes de começar" e que "já se começa a
discutir 2010 no dia seguinte".
Na visão de interlocutores do
presidente, Serra e Aécio têm
perfis democráticos, são conciliadores, e não levariam a disputa política à radicalidade,
questionando a legitimidade de
uma vitória de Lula.
"Creio que tanto Serra quanto Aécio têm bastante tradição
democrática e convivência institucional para entender que
não interessa a ninguém colocar sobre uma eleição uma espada de Dâmocles", diz Marcelo Déda -a expressão faz referência a um mito grego e significa risco iminente
A "construção de pontes" para o início de um mandato, segundo o senador eleito e secretário nacional do PSB, Renato
Casagrande (ES), é fundamental para que os ânimos não permaneçam acirrados. "É uma
aproximação conjuntural [com
Serra e Aécio]. É estratégica.
Não é tática", definiu.
Os petistas, sobretudo os de
São Paulo, deixam claro que a
legenda não abandonará as
pretensões em 2010. "Nós não
vamos abdicar de ter candidato
[em 2010]", antecipa Rui Falcão, deputado estadual eleito e
braço direito da ex-prefeita
Marta Suplicy. Fortalecida politicamente ao assumir a coordenação de campanha de Lula
em São Paulo, Marta Suplicy é
apontada como um possível
nome do PT para disputar a
prefeitura em 2008, assim como a presidência ou o governo
de São Paulo em 2010.
"Lula tem se manifestado várias vezes sobre um acordo nacional, logo no início do governo, para dar andamento a reformas que o país precisa. Seria
importante uma unidade suprapartidária para implementá-las", disse Falcão. Segundo
ele, a sucessão presidencial de
2010 "não está em pauta e o PT
não começará a discuti-la".
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