São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006 |
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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ PF afirma ter descoberto novo nome no caso dossiê
Nome surgiu de cruzamento de dados telefônicos; relatório parcial sairá hoje
O superintendente da Polícia
Federal em Mato Grosso, Daniel Lorenz, informou que surgiu o nome de "uma pessoa importante" no cruzamento dos
dados telefônicos obtidos nas
investigações da origem do dinheiro que seria usado pelo PT
na compra do dossiê.
Lorenz não disse o nome
nem se a pessoa tem relações
partidárias, alegando que o inquérito está protegido por segredo de Justiça. Informou
apenas que a pessoa recebeu
uma ligação de um dos petistas
diretamente envolvidos no caso, telefonando em seguida para o número que a contatou.
Acrescentou que esse novo
nome não fazia parte do escopo
inicial das investigações, ressaltando, contudo, que o fato de
ter recebido um telefonema de
um dos investigados não necessariamente incrimina a pessoa.
Disse também que a troca de
telefonemas ocorreu justamente no período da negociação do dossiê. "Essa pessoa recebe e retorna a ligação dentro
de um determinado contexto."
Na análise dos dados bancários recolhidos até agora, o superintendente disse que já foram identificadas várias pessoas que aparentam terem sido
usadas como "laranjas".
Hoje, o delegado da PF encarregado do caso, Diógenes
Curado, entrega ao juiz federal
Jefferson Schneider relatório
parcial das investigações e pedido para prorrogar o prazo do
inquérito. Só nas quebras de sigilo telefônico há 800 números.
Ontem, o sub-relator da CPI
dos Sanguessugas Carlos Sampaio (PSDB-SP) esteve em
Cuiabá com o delegado Diógenes, numa conversa informal,
para pedir que a CPI receba
uma cópia do relatório parcial.
Sampaio afirmou que a análise da quebra do sigilo telefônico de Hamilton Lacerda, apontado como "transportador" do
valor, permitirá a identificação
do arrecadador dos recursos.
O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, afirmou
que a PF pretende concluir até
o fim das eleições o inquérito.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, elogiou a
atuação "rápida" da polícia e rebateu críticas sobre a morosidade das investigações. "Existe
um tempo para a investigação
séria e um tempo eleitoral."
Na última terça, dois policiais federais do Mato Grosso
estiveram no Rio em busca de
um carimbo que confirmaria se
parte do dinheiro para a compra do dossiê teria sido mesmo
fornecido pelo jogo do bicho.
Eles fizeram operações em
bancas de jogo e, apesar de não
terem encontrado os carimbos,
apreenderam duas calculadoras cujos tíquetes serão confrontados com os achados junto ao dinheiro.
Lacerda disse que há "indícios" que uma parte (R$ 5.000)
do dinheiro que estava em poder dos emissários do PT teve
como origem o jogo do bicho.
(Colaboraram SÉRGIO RANGEL E MARIO HUGO MONKEN, DA SUCURSAL DO RIO) Texto Anterior: Vedoin faz falsa acusação, diz advogado Próximo Texto: Eleições 2006/Crise do dossiê: Investigado, PT abre as contas da campanha Índice |
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