DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, disse que a gestão de Gilberto Kassab (DEM) aumentou de 62 mil para 107 mil o número de crianças matriculadas em creches e que corrigiu a distribuição de kits escolares neste ano. "Seguimos a recomendação do tribunal e fomos além", disse Schneider. Na comparação com a gestão de Marta Suplicy (2001-2004), o secretário disse que os números da atual gestão "falam por si". A seguir, trechos da entrevista. (RV)

 

FOLHA - O sr. foi informado sobre as conclusões do TCM?
ALEXANDRE SCHNEIDER - Na verdade, o tribunal fez um primeiro relatório e a gente respondeu. Eu não tinha o relatório final. Mas os dados estão devidamente respondidos pela Secretaria de Finanças, que é quem encaminha o relatório final.

FOLHA - O sr. tomou conhecimento do relatório agora?
SCHNEIDER - Não recebi formalmente. A gente recebeu cobrança do [conselheiro] Maurício sobre todos os pontos que desde 2004 o tribunal havia sugerido [mudanças]. Boa parte do que o TCM questiona foi respondido ou encaminhado.

FOLHA - Um dos pontos que o relatório aborda são as creches. O sr. concorda com esses números? O que foi feito para reduzir essa demanda? Em 2007, a demanda não atendida teria sido de 96,2 mil de vagas creches e 56 mil de pré-escola.
SCHNEIDER - A demanda varia muito, dependendo do momento do ano. A gente ainda não fechou os números do último trimestre porque houve um problema na área de informática nossa. Mas, se pegar os números de junho, 110 mil creches e 47 mil em Emeis.

FOLHA - Aumentou, então, a demanda nas creches?
SCHNEIDER - Os números variam ao longo do ano. (...) Em dezembro do ano passado, esse número era de 79 mil, 97 mil, se não me engano, era o número do junho do ano passado. Em setembro do ano passado, era de 158 mil. Por que acontece isso? As matrículas de todas as modalidades de ensino são feitas conjuntamente em dezembro. Nós tínhamos, quando chegamos em 2005, 62 mil crianças matriculadas em creches, o número de hoje é de mais de 107 mil crianças. É um aumento de 45 mil crianças no número de matrículas, ou seja, 80% sobre o que já existia. Para termos uma base de comparação, a gestão anterior, em matrículas, aportou cerca de 11 mil matrículas nos quatro anos.

FOLHA - Por que o número não é zerado?
SCHNEIDER - Primeiro, a prefeitura é obrigada a prover a vaga, mas o pai não é obrigado a matricular seu filho. No ensino fundamental, os dois são obrigados. Ao longo de todas as gestões anteriores, houve uma expansão menor no zero a três do que nas outras modalidades de ensino. Imagino que tenha ocorrido por alguns motivos, como a obrigatoriedade de vaga para todos os alunos no ensino fundamental. Você tem um movimento na cidade, não só na gestão anterior, mas nas anteriores, para que se garanta a vaga do ensino fundamental, de sete a 14 anos. E a educação infantil ficou para trás. Isso também pode ter sido influenciado pelo Fundef, que foi criado na gestão de Fernando Henrique Cardoso e não colocava a educação infantil no fundo. Isso só foi feito agora, na gestão de Lula, o que foi uma boa medida.


Texto Anterior: Eleições 2008 / São Paulo: Eu voto em
Próximo Texto: Outro lado: Marta contesta TCM e diz que idealizou e construiu 24 CEUs
Índice