São Paulo, domingo, 20 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

Suassuna afirma que é perseguido por procuradora

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

"Essa história de favorecimento não existe. A principal testemunha contra mim [Norma Boff dos Santos] é uma pessoa desqualificada. E uma das procuradoras responsáveis pela ação, a Raquel Branquinho me persegue". Assim reagiu o senador Ney Suassuna ao ser informado pela Folha das acusações contra ele.
Os procuradores José Alfredo de Paula Silva e Raquel Branquinho sustentam que a ponte entre a empresa Embrasc e o senador Suassuna foi feita por um jornalista chamado Antonio Pedreira.
Suassuna admite ter sido procurado por Pedreira em 2000. "Ele veio a mim para pedir que eu o apresentasse ao governador [Anthony] Garotinho. Eu dei um telefonema para o Garotinho pedindo que o recebesse. Minha participação acabou aí."
A Cedae contratou a Embrasc, sem licitação,em 2000, na gestão Garotinho. Um dos intermediadores do negócio, segundo os procuradores, foi Henry Hoyer.
Suassuna diz que Hoyer trabalhou "por alguns meses" em seu gabinete. Foi afastado, segundo diz, há cerca de 60 dias. "Não há como fazer relação entre um negócio fechado em 2000 e uma contratação para o meu gabinete realizada em 2005."
O relatório menciona um terceiro elo entre Suassuna e a Embrasc, José Elísio Ferreira Jr.. Preso pela Polícia Federal, em maio de 2002, José Elísio teve documentos apreendidos, entre eles um fax enviado por um funcionário da Cedae. Continha uma relação de pagamentos da estatal à Embrasc.
Ele trazia consigo cartões de visita em que se apresentava como assessor de Suassuna. "Ele tinha mesmo esses cartões. Mas nunca foi meu assessor."
Suassuna diz ainda que o contrato entre a Ceade e a Embrasc nada teve de ilegal. Foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio.
"A área técnica do TCE-RJ posicionou-se pela ilegalidade da contratação", dizem os procuradores em seu relatório. O processo foi relatado, pelo conselheiro José Leite Nader. "Por coincidência", anotam os procuradores, Suassuna foi homenageado pelo TCE graças a Nader.
"Conheço o Nader, mas ele não é meu amigo. Nem sabia que a homenagem havia sido proposta por ele", diz Suassuna.
Os procuradores disseram que o processo é sigiloso e que não comentariam as críticas de Suassuna.


Texto Anterior: Contas públicas: Senador do PMDB é acusado de corrupção
Próximo Texto: Educação: Ex-diretor acusa petistas de aparelhar o Inep
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.