São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

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Terra potiguara é alvo de disputa em Fortaleza

DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITAPIPOCA

Das 14 etnias indígenas existentes no Ceará, apenas quatro já foram reconhecidas pela Funai (Fundação Nacional do Índio), segundo informou a indigenista Maria Amélia Leite. Entre elas está o que restou de um grupo de potiguaras, que vive há mais de cem anos na periferia de Fortaleza.
São apenas dez famílias, que vivem num bairro chamado Paupina, localizado numa das regiões que mais crescem na cidade, com diversos condomínios residenciais e sítios. Por causa disso, há 30 anos as terras potiguaras são alvo de uma disputa imobiliária.
O caso virou guerra judicial e passou da Justiça Estadual para a Justiça Federal. Depois, porém, de ter sido levada à CPI da Terra, no Congresso Nacional, há dois anos, a disputa esfriou bastante, e os índios voltaram a ter paz, segundo afirmou Maria Amélia.
Para a indigenista, por ser uma comunidade muito pequena e desmobilizada, a regulamentação da área onde eles vivem está longe de acontecer.
Apesar disso, o grupo mantém uma tradição que se tornou marca registrada da culinária da região: a tapioca. Até por isso, em 2002, bem próximo à localidade indígena, foi criado um centro voltado especificamente para a venda do produto a turistas.
Para o reconhecimento de um povo indígena e a demarcação de uma área, a Funai realiza um estudo antropológico, com relatórios e pareceres técnicos elaborados por equipes que identificam pessoalmente as áreas a serem delimitadas.
Uma terra indígena demarcada é de interesse do governo federal e não pode ser explorada comercialmente.


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