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PF investigará vazamento de informações
MARIO CESAR CARVALHO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A superintendência da
Polícia Federal em São
Paulo informou ontem
que abrirá inquérito policial para investigar o vazamento de informações na
apuração em que foram
apreendidos recibos de
duas doações de R$ 250
mil ao PT por empresas de
laranjas que teriam sido
usadas pela Cisco.
A Folha revelou no domingo que a Cisco usou
empresas de laranja para
doar R$ 500 mil ao PT.
Em troca da doação, a
integradora de sistema
eletrônicos, que trabalha
com produtos da Cisco, a
Damovo, venceu leilão
eletrônico da Caixa Econômica Federal de R$ 9,9
milhões. Segundo a investigação da PF, o edital teria sido alterado. A Caixa
nega a alteração.
"Referida investigação
corre sob segredo de Justiça, e o vazamento das informações de caráter sigiloso configura infração
criminal que será apurada,
como em casos anteriores,
através de inquérito policial a ser instaurado nos
próximos dias nesta superintendência", diz a nota.
Três delegados ouvidos
pela Folha, sob a condição
de que seus nomes não
fossem divulgados, disseram que a abertura de inquérito é uma tentativa de
intimidar os policiais que
investigavam o PT.
O presidente da seção
paulista da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil),
Luiz Flávio Borges D'Urso, diz que a investigação
sobre os recibos é "irreversível". "Mesmo que haja uma tentativa de intimidação, a investigação não
pode ser mais paralisada
por causa dos documentos
apreendidos".
A Associação Nacional
dos Delegados da PF afirma não ter notícias de punição de delegado por vazamento de informação
nos últimos dois anos. No
começo da noite, a PF em
Brasília disse que não tinha como apurar os eventuais casos de punição.
Num caso famoso, o delegado Edmilson Pereira
Bruno foi acusado de tentar prejudicar o PT em
2006 ao divulgar a foto de
R$ 1,7 milhão que haviam
sido apreendidos com petistas em São Paulo. O inquérito foi aberto há um
ano e nada foi apurado
contra Bruno.
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