São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2007

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PF investigará vazamento de informações

MARIO CESAR CARVALHO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO

DA REPORTAGEM LOCAL

A superintendência da Polícia Federal em São Paulo informou ontem que abrirá inquérito policial para investigar o vazamento de informações na apuração em que foram apreendidos recibos de duas doações de R$ 250 mil ao PT por empresas de laranjas que teriam sido usadas pela Cisco.
A Folha revelou no domingo que a Cisco usou empresas de laranja para doar R$ 500 mil ao PT.
Em troca da doação, a integradora de sistema eletrônicos, que trabalha com produtos da Cisco, a Damovo, venceu leilão eletrônico da Caixa Econômica Federal de R$ 9,9 milhões. Segundo a investigação da PF, o edital teria sido alterado. A Caixa nega a alteração.
"Referida investigação corre sob segredo de Justiça, e o vazamento das informações de caráter sigiloso configura infração criminal que será apurada, como em casos anteriores, através de inquérito policial a ser instaurado nos próximos dias nesta superintendência", diz a nota.
Três delegados ouvidos pela Folha, sob a condição de que seus nomes não fossem divulgados, disseram que a abertura de inquérito é uma tentativa de intimidar os policiais que investigavam o PT.
O presidente da seção paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D'Urso, diz que a investigação sobre os recibos é "irreversível". "Mesmo que haja uma tentativa de intimidação, a investigação não pode ser mais paralisada por causa dos documentos apreendidos".
A Associação Nacional dos Delegados da PF afirma não ter notícias de punição de delegado por vazamento de informação nos últimos dois anos. No começo da noite, a PF em Brasília disse que não tinha como apurar os eventuais casos de punição.
Num caso famoso, o delegado Edmilson Pereira Bruno foi acusado de tentar prejudicar o PT em 2006 ao divulgar a foto de R$ 1,7 milhão que haviam sido apreendidos com petistas em São Paulo. O inquérito foi aberto há um ano e nada foi apurado contra Bruno.


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