DA REPORTAGEM LOCAL

A sessão de ontem no Tribunal Regional Federal foi precedida de uma cena inusitada: o juiz João Carlos da Rocha Mattos foi levado ao tribunal por policiais federais e apareceu no auditório onde seria realizado o julgamento.
De terno e gravata, carregando óculos escuros e uma bolsa, o juiz estava sem algemas e escolta policial. Entrou pela mesma porta dos advogados, distribuiu sorrisos e apertos de mãos, desejou boa sorte aos defensores e sentou-se numa cadeira da platéia. Os desembargadores ainda não haviam entrado. A procuradora Janice Ascari percebeu a presença de Rocha Mattos e pediu providências.
Um agente federal então aproximou-se do magistrado e cochichou em seu ouvido. Rocha Mattos pegou sua bolsa e se retirou.
Ascari declarou à imprensa que a presença dele era "irregular". Segundo ela, o pedido de sua presença formulado pela defesa não havia sido analisado pelo TRF.
A PF informou que houve intimação do próprio tribunal para que Rocha Mattos se apresentasse para "sustentação oral" na sessão. A assessoria do tribunal informou que para ele comparecer precisaria de uma autorização de remoção enviada do TRF à Superintendência da PF, o que não ocorreu.
O advogado do juiz, Alberto Toron, disse que foi indeferido pedido para que seu cliente pudesse acompanhar o julgamento. (RV)


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