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MEMÓRIA
Há um ano, Lula disse que colheria o que plantou
DA REDAÇÃO
Última reunião ministerial
do ano. A equipe econômica é
bombardeada. A pressão é por
juros mais baixos e crescimento mais sólido. Há incerteza sobre a continuidade de ministros. E uma crise gerada pela
relação entre o governo e o
Congresso. Cenários aplicáveis
a 2005. Mas esses fatos ocorreram no encontro de 2004.
A última reunião ministerial
do ano passado aconteceu num
final de semana (dias 11 e 12 de
dezembro). O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva cobrou dos
presentes um esforço maior
para conseguir o máximo de
apoio possível no Congresso.
Lula reclamou do atendimento
concedido por ministros a alguns parlamentares. Disse que
era necessário mais agilidade
na liberação de emendas para
deputados e senadores.
Entre o grupo que precisava
de atenção estavam a ala governista do PMDB e os partidos
que compunham a base de
apoio ao governo -casos do
PTB, do PL e do PP. O intuito
era solidificar a política de
alianças e ampliá-la, visando a
eleição de 2006. No final do ano
passado, as pesquisas indicavam que Lula caminhava para
uma reeleição folgada.
Não sabia o presidente que
um de seus aliados, Roberto
Jefferson (então presidente do
PTB), iria acusar seu governo
de compra de apoio parlamentar em troca de uma mesada
-o chamado "mensalão".
Ao fim de 2004, o governo assistia ao embate entre dois fortes ministros. José Dirceu (Casa
Civil), que publicamente discordava do que chamava de
"pensamento único" na economia, alfinetando seu colega Antonio Palocci (Fazenda). Dirceu não resistiu no cargo, atingido pelas denúncias do escândalo do "mensalão". Palocci segue ministro, embora também
ferido por suspeitas de corrupção durante sua passagem como prefeito de Ribeirão Preto.
Apesar do clima, o presidente
Lula disse em 2004 acreditar
que o próximo ano seria o de
colher o que havia sido plantado no primeiro biênio de mandato. Acreditava em expansão econômica mais vigorosa e em superar as crises passadas.
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