São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 2005

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MEMÓRIA

Há um ano, Lula disse que colheria o que plantou

DA REDAÇÃO

Última reunião ministerial do ano. A equipe econômica é bombardeada. A pressão é por juros mais baixos e crescimento mais sólido. Há incerteza sobre a continuidade de ministros. E uma crise gerada pela relação entre o governo e o Congresso. Cenários aplicáveis a 2005. Mas esses fatos ocorreram no encontro de 2004.
A última reunião ministerial do ano passado aconteceu num final de semana (dias 11 e 12 de dezembro). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou dos presentes um esforço maior para conseguir o máximo de apoio possível no Congresso. Lula reclamou do atendimento concedido por ministros a alguns parlamentares. Disse que era necessário mais agilidade na liberação de emendas para deputados e senadores.
Entre o grupo que precisava de atenção estavam a ala governista do PMDB e os partidos que compunham a base de apoio ao governo -casos do PTB, do PL e do PP. O intuito era solidificar a política de alianças e ampliá-la, visando a eleição de 2006. No final do ano passado, as pesquisas indicavam que Lula caminhava para uma reeleição folgada.
Não sabia o presidente que um de seus aliados, Roberto Jefferson (então presidente do PTB), iria acusar seu governo de compra de apoio parlamentar em troca de uma mesada -o chamado "mensalão".
Ao fim de 2004, o governo assistia ao embate entre dois fortes ministros. José Dirceu (Casa Civil), que publicamente discordava do que chamava de "pensamento único" na economia, alfinetando seu colega Antonio Palocci (Fazenda). Dirceu não resistiu no cargo, atingido pelas denúncias do escândalo do "mensalão". Palocci segue ministro, embora também ferido por suspeitas de corrupção durante sua passagem como prefeito de Ribeirão Preto.
Apesar do clima, o presidente Lula disse em 2004 acreditar que o próximo ano seria o de colher o que havia sido plantado no primeiro biênio de mandato. Acreditava em expansão econômica mais vigorosa e em superar as crises passadas.


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