São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/O ACUSADOR

Autor da denúncia do "mensalão", ex-deputado petebista sustenta que o Conselho de Ética cerceou o seu direito de ampla defesa

Jefferson vai ao STF para reaver mandato

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-deputado Roberto Jefferson entrou com mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) na tentativa de recuperar o mandato parlamentar, cassado pelo plenário da Câmara no desfecho de processo por quebra de decoro.
Autor da denúncia sobre o "mensalão", Jefferson sustenta que o Conselho de Ética da Câmara cerceou o seu direito de ampla defesa porque incluiu no processo fatos novos sem lhe dar a oportunidade de contestá-los.
Os advogados do ex-deputado dizem que ele comunicou formalmente o cerceamento do seu direito de ampla defesa à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, mas não obteve resposta ainda.
Eles também afirmam que a cassação ofendeu o artigo 53 da Constituição, pelo qual "os deputados e os senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos", porque Jefferson estava no exercício regular do mandato quando fez a acusação do "mensalão", em entrevista à Folha, no dia 6 de junho.
Os advogados pediram a concessão de liminar pelo retorno imediato dele à Câmara. O relator, ministro Carlos Velloso, solicitou informações à Mesa da Câmara, à Comissão de Constituição e Justiça e ao Conselho de Ética sobre o processo de cassação.
O pedido de liminar poderá ser apreciado pela vice-presidente do STF, ministra Ellen Gracie, que irá trabalhar no plantão do tribunal, ou pelo sucessor de Velloso, que no próximo dia 19 completará 70 anos e se aposentará por idade.
Jefferson teve o mandato cassado em 14 de setembro último, por 313 votos contra 156. Naquele dia, ele entrou com um mandado de segurança no STF, mas o relator, ministro Celso de Mello, determinou o seu arquivamento por falhas processuais. Os advogados disseram que iriam apresentar um novo pedido posteriormente.
A exemplo de Jefferson, o ex-deputado José Dirceu (PT-SP) também não descarta a possibilidade de entrar com novo mandado de segurança no STF para tentar anular a sua cassação, acontecida no dia 30 de novembro. Dirceu perdeu o mandato por 293 votos a favor e 192 contra.


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