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Palocci, Berzoini e Maluf são vaiados na diplomação, em SP
Erundina é a mais aplaudida na solenidade; Serra é chamado de sanguessuga e vampiro, mas recebe apoio dos deputados
Platéia se manifestou também contra os ausentes Genoino e Valdemar Costa Neto; Clodovil recebeu um misto de vaias e aplausos
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ministro da Fazenda
Antonio Palocci Filho foi fragorosamente vaiado pelos mais
de 300 convidados que assistiram ontem à solenidade de diplomação do governador e dos
parlamentares eleitos por São
Paulo. Houve gritos e protestos, oriundos inclusive da área
ocupada por simpatizantes do
PT, seu partido.
As vaias perduraram durante
todo o ato de diplomação do deputado eleito, incluindo o percurso do plenário até a tribuna
e o trajeto de volta do ex-ministro à cadeira reservada a ele.
Ao descer as escadarias que
dão acesso à saída da Assembléia Legislativa, Palocci recuou ao perceber que era esperado por jornalistas e deixou o
prédio pelos fundos.
Numa festa desbotada pelos
escândalos políticos, Palocci
não foi o único a ser vaiado. O
presidente licenciado do PT,
Ricardo Berzoini, e o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) também
foram alvos de protestos.
Nem os ausentes foram poupados. O anúncio dos nomes do
ex-presidente do PT José Genoino e do presidente do PL,
Valdemar Costa Neto, que renunciou para escapar cassação,
produziu sonora vaia.
Além de Genoino, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo,
e o presidente do PMDB, Michel Temer, não foram à solenidade. Às voltas com a crise provocada com o reajuste do salário dos deputados, Aldo estava
em Brasília. Houve poucas
vaias à menção de seu nome.
Valdemar e Genoino não tiveram a mesma sorte. Outros
deputados, como João Paulo
Cunha (PT), Cândido Vacarezza (PT), Conte Lopes (PTB), e
Vinicius Camarinha (PSB)
também foram vaiados.
A ex-prefeita Luiza Erundina
(PSB) foi a mais aplaudida em
plenário. Entre os petistas, o
senador reeleito Eduardo Suplicy, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, e o deputado José Eduardo Cardozo
foram prestigiados por uma
platéia em geral hostil.
Sobrou até para o governador
eleito, José Serra. No momento
de sua diplomação, um dos
convidados se levantou e, da galeria, chamou o tucano de sanguessuga e vampiro. Em resposta, o público gritou o nome
de Serra, provocando a adesão
dos deputados aliados. Em retribuição ao coro, o governador
eleito ergueu os braços.
Da galeria, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP) - que teve
mandato cassado ano passado
- assistia à diplomação da filha, Aline, recém-eleita.
Marcada pelo constrangimento, a solenidade teve seus
momentos de descontração,
como constantes gritos de "lindo" saídos da galeria para o cantor Frank Aguiar (PTB). O deputado eleito foi "homenageado" por "uivos" de seus fãs, em
gesto que se repete nos shows.
A diplomação do costureiro
Clodovil Hernandes (PTC)
também foi ruidosa, em um
misto de vaias e aplausos.
Após posar para fotos com
deputados eleitos e agendar audiências até com petistas, Serra
deixou a Alesp esquivando-se
das polêmicas: pelos fundos.
A galeria da Alesp tem 234
cadeiras. Pelo menos outras 50
pessoas assistiram à cerimônia
de pé. Não foi fixada cota de
convidados por diplomado.
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