São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Sinal dos tempos
Segundo relato de um petista que acompanhou Lula no vôo para o Rio Grande do Sul, o presidente disse que, até recentemente, nunca havia pensado em governar sem José Dirceu. Agora, tem de reconhecer que a hipótese já lhe passou pela cabeça.

Gato por lebre
Com a ajuda de José Sarney, o Planalto pretende enterrar a CPI do Bingo no Senado sob o argumento de que a medida provisória editada ontem já se encarregaria de levar ao Congresso a discussão sobre o jogo.

Cheque especial
Se ainda havia dúvida de que Sarney será reconduzido, sem fazer força, ao comando do Senado, ela se dissipou com o caso Waldomiro Diniz. O governo sabe que emergirá da crise mais devedor do presidente da Casa.

Grupo de risco
A medida provisória dos bingos será relatada na Câmara por um deputado da base aliada, se possível petista. Estão excluídos da lista de candidatos os parlamentares de Estados envolvidos nas denúncias, como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Proibido para menores
A cúpula petista tenta convencer os partidos aliados a não usar na campanha municipal a fita da negociação entre Waldomiro Diniz e Carlinhos Cachoeira. É duvidoso que o acordo vingue em locais onde há disputa acirrada, como entre PT e PMDB no Rio Grande do Sul.

Pouca folia
Até ontem, apenas três ministros mantinham disposição para aparições públicas no Carnaval: Humberto Costa em Recife, Ciro Gomes e Gilberto Gil em Salvador. Os demais seguirão a sugestão palaciana de sumir.

Minutos de sabedoria
Mensagem do Bispo Rodrigues no site da Universal: "Em meio a tantas falcatruas e espertezas, os homens e mulheres que levam a palavra de Deus não se deixaram contaminar pela prática comum da corrupção".

Concorrência desleal
Nova piada do caso Waldomiro: o ex-assessor será processado pela associação brasileira dos lobistas por ter pedido ínfimo 1% de comissão, contra os 10% previstos na tabela da categoria.

Apoio oficial
Já no cargo de presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Pedro Corrêa do Lago lançou no mês passado por sua editora, a Capivara, o livro "O Século 19 nos Documentos Latino-Americanos". A publicação teve o patrocínio da Petrobras.

Outro lado
Pedro Corrêa do Lago não vê conflito de interesses. "O contrato com a Petrobras para fazer o livro foi assinado ainda em 2002, antes de eu sequer imaginar que poderia assumir algum cargo no governo federal."

Bagagem cultural
Disposto a ampliar o conhecimento sobre os temas de sua pasta, Eunício Oliveira carregou para o feriado a "Consolidação da Legislação Específica e Correlata das Telecomunicações".

Direito de defesa
De Nilmário Miranda (Direitos Humanos), contrário à transferência de Fernandinho Beira-Mar para o Rio: "O preso não pode controlar o crime de dentro da prisão. O Estado tem o direito de se defender".

Enviada especial
O governo federal mudou o foco no combate à lavagem de dinheiro. Em vez de enviar agentes da inteligência financeira, o Brasil será representado em reunião internacional em Paris, no dia 25, pela Secretária Nacional de Justiça, Cláudia Chagas.

Usina vigiada
A Itaipu Binacional vai construir um posto e adquirir equipamentos para que a PF possa fiscalizar o lado brasileiro da usina, coibindo o tráfico de drogas e o contrabando na fronteira. O investimento será de R$ 2,5 mi.

TIROTEIO

Do senador Romero Jucá (PMDB-RR), sobre nota em que petistas defenderam CPI ampla:
-Parece ter sido escrita pelo Bin Laden. Só interessa aos fundamentalistas da oposição.

CONTRAPONTO

O bem-amado

O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, e a prefeita de Maceió, Kátia Born, ambos do PSB, tiveram encontro no Planalto, na segunda-feira, com o subchefe da Casa Civil para Assuntos Federativos, Vicente Trevas.
No meio da conversa, chegou o ministro da Coordenação Política, o alagoano Aldo Rebelo (PC do B). Cumprimentou os conterrâneos, mas avisou que teria de voltar para reunião com Lula sobre o caso Waldomiro.
Quando se preparava para deixar a sala, Aldo recebeu um beijo de despedida da prefeita.
-Ministro, a Kátia deixou uma marca de batom na sua bochecha- avisou o governador. É melhor tirá-la.
O ministro deu risada, agradeceu, mas rejeitou a sugestão:
-É melhor deixar como está. Pelo menos assim eu chego ao meu gabinete e mostro para todo mundo que não estou levando somente pancadas.


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