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SOMBRA NO PLANALTO
Empresa confirma contato com Waldomiro
Em nota, GTech diz que foi convidada por Waldomiro, já na gestão Lula, para esclarecer sua posição sobre disputa com a CEF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A GTech divulgou nota ontem
confirmando que teve contatos
com o ex-assessor da Presidência
Waldomiro Diniz já no governo
Luiz Inácio Lula da Silva, no início
de 2003. Os contatos, diz a nota,
foram a convite de Waldomiro e
tratavam da renovação do contrato que a empresa tem com a Caixa
Econômica Federal para o gerenciamento das loterias federais.
A Folha havia noticiado na
quinta-feira que houve ao menos
cinco encontros entre Waldomiro
e executivos da GTech. Num deles, segundo o Ministério Público
Federal, estava presente o empresário do bingo Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
A crise política atual decorre da
divulgação de um vídeo, de 2002,
no qual o ex-assessor pede a Cachoeira dinheiro para si e para
campanhas eleitorais. Waldomiro então presidia a Loterj (Loteria
do Estado do Rio de Janeiro).
Segundo a GTech, Waldomiro a
convidou "para esclarecer a nova
equipe de governo sobre a posição da empresa diante de divergências contratuais com a Caixa
Econômica Federal". "Nos contatos subseqüentes, a empresa considerou ser de seu melhor interesse encerrar o diálogo", diz a nota.
A versão da GTech contradiz a
que Waldomiro deu em entrevista publicada ontem pela revista
"Época". Nela, ele admite dois encontros com a empresa, alegando
ter sido convidado por Cachoeira
para um deles, e diz que o assunto
foi uma proposta de parceria do
empresário com a multinacional.
Na nota, a GTech diz que tinha
"difícil relacionamento com a
Caixa", tanto que houve disputas
judiciais.
"Desde a mudança do governo,
a GTech tem mantido com a nova
direção da Caixa um relacionamento positivo (...). Negociações
entre as partes resultaram em
prorrogação contratual (...)." Segundo a empresa, o novo contrato teve redução de 15% no preço
dos serviços, com economia de
R$ 100 milhões para a CEF.
Quebra de sigilo
A Polícia Federal pediu ontem à
Justiça Federal no Rio a quebra de
sigilos bancário, fiscal e telefônico
dos envolvidos no inquérito que
apura as suspeitas de crime eleitoral e corrupção relacionadas a
Waldomiro. A PF não informou
se políticos citados no vídeo contra o ex-assessor foram incluídos.
Colaboraram a Sucursal do Rio e a Redação
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