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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Via alternativa
Aposta de José Gomes Temporão, a transformação
de hospitais em fundações estatais empacou no Congresso, em grande parte por oposição do PT.
Para fazer o projeto andar, o ministro da Saúde busca exemplos regionais adotados por administrações
petistas, mais pragmáticas que a bancada do partido.
Os governos da Bahia e de Sergipe, além da Prefeitura
de Nova Iguaçu (RJ), já abraçaram o modelo. "Isso
cria um clima favorável na opinião pública, principalmente depois que os primeiros resultados aparecerem", diz Temporão. Entre as mudanças que a nova
lei federal traria estão maior agilidade para contratar
e demitir e flexibilidade na hora de fazer licitações.
Plano B. Temporão reúne
sua equipe hoje num seminário para discutir como salvar
ao menos parte do PAC da
Saúde, seriamente comprometido pelo fim da CPMF.
Obstáculos. José Antônio
Muniz Lopes, candidato de
José Sarney (PMDB-AP) para
a presidência da Eletronorte,
já recebeu um "nada consta"
em duas investigações da
Abin. Ainda está em curso
uma terceira, relativa a multa
aplicada a ele pelo TCU.
Cizânia. Nem se sabe se os
governistas permitirão ao
PSDB presidir a CPI dos Cartões Corporativos, mas os tucanos já lutam entre si pela
vaga. Estão no páreo Marisa
Serrano (MS), Marconi Perillo (GO) e Cícero Lucena (PB).
Unidos. Com o mapa da votação da medida provisória da
TV Brasil na mão, a direção da
emissora concluiu que a polêmica em torno de sua criação
passou ao largo da base governista: sete partidos aliados votaram 100% a favor. No
PMDB, apenas dois de 76 deputados foram contrários.
Dispersos. O combate à
criação do canal não foi bandeira capaz de unir a oposição
como a CPMF. O PSOL votou
todo a favor. PPS e PV deram
apenas um voto cada contra.
E o DEM, que fez o maior carnaval contra a medida, registrou quatro votos a favor.
Não gosto. Deputados dos
EUA em visita à Câmara estranharam o grande crucifixo
pendurado atrás da Mesa Diretora. Perguntaram a Arlindo Chinaglia (PT-SP) se aquilo não violava o princípio do
Estado laico. Com a ajuda de
um tradutor, o presidente
concordou: "Respeito quem
defende, mas sou absolutamente contra. Há muita gente
que gosta de transformar
Deus em cabo eleitoral".
Blue chip. Caravana que
inclui os ministros Márcio
Fortes (Cidades) e Geddel
Vieira Lima (Integração Nacional), padrinho do prefeito
João Henrique (PMDB), desembarca hoje em Salvador
para marcar a entrada do PP
na administração local. Entre
o carlismo e o petismo, o partido de Fortes ficou com Geddel, hoje o papel que mais se
valoriza na política baiana.
O mínimo. Aliados e oposicionistas planejam tirar da
frente três MPs que trancam a
pauta da Câmara e aprovar
projetos nas áreas de saúde e
segurança na primeira semana de março. "Os deputados
candidatos a prefeito precisam mostrar alguma coisa na
eleição", explica um líder.
No peito. Da governadora
do Pará, Ana Júlia (PT), no
lançamento de programa para
proteger espécies amazônicas
ameaçadas de extinção: "Vamos continuar a operação
contra o desmatamento ilegal, nem que eu tenha de andar de colete à prova de bala".
Uma dúzia. Além da nora,
Cláudio Alvarenga tem um
genro empregado no TCE
paulista, o que eleva para 12 o
número de parentes de conselheiros na folha de pagamento
do tribunal. Embora o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, tenha arquivado os
inquéritos para apurar nepotismo no órgão, os conselheiros agora prometem afastar
os familiares em dois meses.
Tiroteio
"Às vésperas de uma CPI, o presidente usa
retórica demagógica para desqualificar o
Legislativo. O PT também deveria se preocupar."
Do líder do PSDB na Câmara, JOSÉ ANÍBAL (SP), sobre Lula,
segundo quem o papel do Congresso Nacional é legislar e
investigar, enquanto o governo "existe para trabalhar".
Contraponto
Sem resposta
Os vereadores de Carapicuíba, município da Grande São
Paulo, discutiam no final do ano passado o Orçamento da
cidade para 2008 quando o petista Isaac Reis, do bloco de
oposição ao prefeito, pediu a palavra:
-Eu quero fazer um apelo ao plenário para que todos
nós votemos contra esse projeto!
O governista Wilson Marcelino (PV) desafiou:
-Eu voto contra, desde que o senhor diga agora o nome
de cada um dos 37 ministros do governo Lula!
Reis rebateu com outra provocação:
-Eu digo, vereador, desde que o senhor me responda
por que os kamikaze usavam capacete!
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