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Decisão de Pinho será submetida a conselho
Órgão avaliará arquivamento de casos de nepotismo no TCE-SP feito por procurador-geral de Justiça
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O arquivamento da investigação sobre nepotismo no Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo, promovido pelo procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, será analisado pelo Conselho Superior do Ministério Público, órgão administrativo máximo da instituição.
Membros do conselho informaram que, até terça-feira, data da próxima sessão, serão definidos os relatores para cada
um dos quatro inquéritos arquivados por Pinho -a escolha
é por distribuição aleatória.
Como participarão da votação em plenário, conselheiros
procurados pela reportagem se
disseram impedidos de falar
sobre o tema. A decisão depende de maioria simples.
Ontem a Folha divulgou que,
a menos de 30 dias para deixar
o cargo, Pinho arquivou os inquéritos movidos contra os
conselheiros do TCE Cláudio
Ferraz de Alvarenga (que nomeou uma nora), Fúlvio Julião
Biazzi (dois filhos), Edgard Camargo Rodrigues (um filho) e
Robson Marinho (uma irmã).
Pinho, que sempre defendeu
o combate ao nepotismo, reafirmou ontem que sua iniciativa se justifica pela resolução
baixada pelo próprio TCE, no
dia 9 de janeiro, fixando o dia 8
de abril como data-limite para
a exoneração de parentes.
Sem concurso público, os parentes ganham por mês em
média R$ 12 mil líquidos. Dois
dos beneficiados com o arquivamento são ex-colegas de Pinho. Alvarenga foi procurador-geral. Biazzi, procurador.
Promotores ouvidos pela Folha apontam dois supostos erros cometidos por Pinho.
Dizem que ele não poderia
ter avocado (atraído para si) os
inquéritos abertos por promotores. Recorrem à Lei Orgânica
para sustentar que o chefe do
Ministério Público só pode investigar o presidente do TCE.
Pinho afirmou que toda nomeação é "ato de presidência",
o que justifica a avocatura.
Os promotores criticaram
ainda o fato de o arquivamento
ocorrer antes mesmo de o TCE
demitir um único parente.
"Se não houver demissão até
a data fixada, abriremos uma
ação civil. A vantagem da saída
administrativa é um resultado
muito mais rápido", disse Pinho, que investiga o presidente
do TCE, Eduardo Bittencourt
Carvalho, por suposto nepotismo e evasão de divisas.
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