São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Tucano vai a conselho contra Luciana Genro

Para líder do PSDB, acusação de deputada do PSOL, que diz ter visto vídeos que provariam corrupção no RS, é "leviandade gravíssima"

José Aníbal afirma que Tarso Genro está envolvido em "tentativa de desestabilizar" governo gaúcho; ministro diz que afirmação é absurda

ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, disse que entrará com representação no Conselho de Ética da Casa contra a deputada Luciana Genro (PSOL), que anteontem afirmou ter tido acesso a vídeos e áudios que mostram a prática de caixa dois na campanha do PSDB ao governo gaúcho e o envolvimento direto da governadora Yeda Crusius no desvio de R$ 44 milhões do Detran. A representação, porém, depende de decisão do partido.
Única liderança tucana a falar em favor de Yeda, Aníbal acusou o ministro Tarso Genro (Justiça), pai de Luciana, de "tentativa de desfazimento" do governo. Para ele, Tarso -provável pré-candidato do PT ao governo gaúcho- tem sido um "fator de desestabilização permanente" da atual gestão.
O ministro respondeu ontem, classificando as afirmações do tucano de "absurdas".
Na quinta-feira, Luciana e Pedro Ruas, outro dirigente do PSOL, organizaram uma coletiva para dizer que assistiram aos vídeos, que estariam em poder da Justiça Federal. O PSOL disse não ter provas, mas formalizou as acusações ao Tribunal de Contas do Estado.
Aníbal classificou como "leviandade gravíssima" e "atitude absolutamente irresponsável" a apresentação de acusações que já teriam sido desmentidas pelo Ministério Público Federal -o órgão afirmou apenas que não deu acesso a informações ao PSOL.
Acusado de aparecer em um vídeo que mostraria a captação de R$ 500 mil com empreiteira e empresas do setor de tabaco, o ex-secretário estadual de Fazenda Aod Cunha entrou com uma interpelação na Justiça para obrigar o PSOL a provar as alegações. "São acusações absolutamente falsas. Se o PSOL não apresentar provas em cinco dias, entraremos com uma ação criminal contra os dirigentes", disse Gabriel Magadan, advogado de Cunha.
Luciana afirmou que apelará para "exceção da verdade"- prerrogativa jurídica de quem delata para ter acesso a provas de processos judiciais para comprovar as denúncias. "Posso alegar a exceção da verdade para apontar onde estão as provas e requerer os vídeos que estão na Justiça Federal", disse.
O PT gaúcho diz que pedirá à Justiça acesso aos dados que esclareçam as denúncias.


Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre


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