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Ministro levou 8 aliados de Ribeirão para ocupar cargos no governo Lula
RICARDO WESTIN
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Seguindo o exemplo do loteamento promovido pelo PT na administração federal, o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda)
aproveitou sua influência para
emplacar no governo Lula parte
de seus aliados de Ribeirão Preto.
Além de Ralf Barquete Santos,
assessor da Caixa Econômica Federal, estão no governo pelo menos outras sete pessoas que eram
ligadas a Palocci na época em que
ele era prefeito da cidade.
Esse grupo ficou conhecido como "República de Ribeirão".
A lista começa pela mulher do
ministro, Margareth Rose Silva
Palocci. Ela, que era médica sanitarista da prefeitura, foi nomeada
para a Funasa, em Brasília.
Nelson Rocha Augusto, ex-secretário de Planejamento e Gestão
Ambiental de Ribeirão, virou presidente da BBDTVM, autarquia
ligada ao Banco do Brasil, que tem
carteira de mais de R$ 100 bilhões.
Além de ser assessor especial do
Ministério da Fazenda, Ademirson Ariovaldo da Silva ganhou
um assento no Conselho de Administração da Aliança do Brasil,
companhia de seguros ligada ao
Banco do Brasil, com direito a salário. Ele sempre foi uma espécie
de secretário de Palocci.
O último a juntar-se à "República de Ribeirão" foi Galeno Amorim. Há um mês, ele trocou o cargo de secretário de Cultura de Ribeirão por um gabinete na Biblioteca Nacional, no Rio.
Mesmo sendo dono de uma editora, ele tornou-se o responsável
pela compra de livros para bibliotecas públicas de todo o país.
Em 2002, o Ministério Público
propôs uma ação civil pública
contra Amorim. Ele foi acusado
de beneficiar sua editora, a Palavra Mágica, na primeira Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto,
em 2001. Nas duas edições seguintes, uma liminar o impediu de
vender seus livros na feira.
O ex-secretário diz que os dois
trabalhos não são incompatíveis:
"Não vendi nenhum livro para a
prefeitura enquanto fui secretário. Agora, na Biblioteca Nacional, solicitei à editora que não inscrevesse nossos livros em programas do governo federal".
Outro ribeirão-pretano no governo é Fernando Mendes Garcia
Neto, subsecretário de Saúde na
segunda gestão de Palocci. É supervisor de projetos do Cartão
Nacional de Saúde, uma das prioridades do ministério. Ele foi comissionado em março de 2003 ao
Ministério da Saúde e continua
recebendo o salário do município.
Colaborou a Folha Ribeirão
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