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ANÁLISE
Partido festeja seu caos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ontem foi um dia de festa no
PMDB. Governistas e oposicionistas festejavam o resultado da
consulta (ex-prévias) de domingo. O único grande derrotado foi
o governador do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto.
Para os governistas, a alegria se
deu pelo fato de a Justiça ter impedido um processo formal de eleições prévias no PMDB. Como só
ocorreu uma consulta informal,
com quórum baixo, não faz a menor diferença. A tropa palaciana
do PMDB, composta por Renan
Calheiros, José Sarney, Ney Suassuna e Eunício Oliveira, ficou
tranqüila com o resultado. Tanto
que desistiu de fazer uma convenção agora, no início de abril.
Na realidade, a possível -porém muito incerta- candidatura
a presidente de Anthony Garotinho ajudará a aumentar o poder
de fogo dos governistas perante o
Palácio do Planalto. O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva terá de
pagar uma fatura alta para conseguir tirar o ex-governador fluminense do páreo em junho. E cobrar faturas de governo é uma especialidade do PMDB.
Do outro lado da cerca, os defensores públicos da candidatura
própria também estão numa posição cômoda. Orestes Quércia,
Michel Temer, Jarbas Vasconcelos, Roberto Requião e outros
nunca declararam fidelidade a
Garotinho. Ficarão esperando até
junho, quando podem negociar
apoios regionais para seus projetos políticos em troca de enterrar
o projeto de ter um peemedebista
concorrendo ao Planalto.
Garotinho é vencedor porque
ganhou a consulta de domingo.
Mostrou que não está a passeio no
PMDB. Mas ele próprio pode usar
sua possível candidatura como fator de negociação mais adiante
para facilitar seu projeto local no
Rio de Janeiro.
Perdedor, de fato, só Germano
Rigotto. Ele deixou escapar para
muitos interlocutores que se desencantou com o ofício de governador. Queria ir para o tudo ou
nada. Deu nada. Agora, terá de ficar em Porto Alegre comandando
o Estado. Se quiser disputar a reeleição, seus adversários vão usar
contra ele essa tentativa frustrada
de ser presidente da República,
ameaçando deixar o Rio Grande
do Sul na mão.
(FR)
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