São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2007

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Aldo no ar

Estabelecido que Waldir Pires deixará a Defesa, o nome mais cotado para substituí-lo é o de Aldo Rebelo, que voltou ao jogo da reforma com o agravamento da crise nos aeroportos. Mais do que qualquer outro candidato, o deputado do PC do B conta com o apoio das três Forças. E, se por um lado sua relação com o Planalto se desgastou na derrotada campanha à presidência da Câmara, por outro Lula tem motivos em série para considerá-lo de confiança. A sondagem já foi feita, e Aldo não se mostrou refratário. Enquanto não há martelo batido, dois outros partidos sonham com a Defesa: o PSB, que oferece Sergio Gaudenzi, presidente da Agência Espacial Brasileira, e o PP, que gostaria de emplacar o senador Francisco Dornelles (RJ).

Mal menor. Lula não gostaria de despachar Waldir Pires em circunstâncias que se assemelhem a um atestado de incompetência para o ministro. Mas achará pior se a perpetuação da crise aérea ameaçar interromper sua lua-de-mel com o eleitorado.

De carona. Na esteira da mudança na Defesa, Lula também decidiu trocar o comando da Infraero. Quem não gostou da notícia foi o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que é padrinho político do brigadeiro José Carlos Pereira.

Veja bem. Lula tem dito aos líderes e presidentes de partidos que a "porteira fechada" nos ministérios será relativa. Haverá "espaços compartilhados" em pastas como Transportes, Cidades e Integração, avisou.

Permuta. Os aliados que ouviram a advertência de Lula já trataram de negociar entre si um método que lhes permita trocar posições nos ministérios. Um dirigente do PSB explica: "Se o PR tiver posições que quiser manter no setor de portos, podemos negociar outras que nos interessem na área do Dnit".

Chave do cofre. Preocupado com a avidez demonstrada pelos deputados do PMDB em relação à Funasa, o estreante José Gomes Temporão teve a idéia de escalar o ex-ministro Agenor Álvares, de perfil mais técnico, para comandar a fundação, considerada estratégica para as emendas da Saúde.

Estágio. Walfrido Mares Guia convidou, e Marta Suplicy aceitou. Amanhã, a futura ministra do Turismo passará o dia com seu antecessor, que vai apresentá-la à equipe e introduzi-la aos principais projetos da pasta.

Faz sentido. Na conversa com Marta, Lula rasgou elogios ao livro de Antonio Palocci, no qual o ex-ministro da Fazenda rasga elogios a Lula.

Fora do padrão. Carlos Wilson, ex-Infraero, deu de presente de aniversário a José Dirceu uma gravata Salvatore Ferragamo. Vermelha? "Não, azul", confessou o deputado, que é petista porém recente.

Último bonde. Ao sair em disparada de evento em Anápolis (GO), a comitiva presidencial esqueceu Fernando Haddad às margens da BR-060. O ministro da Educação conseguiu carona em um carro retardatário da segurança.

Deixa o homem. Na contramão de colegas tucanos e pefelistas, José Aníbal (PSDB-SP) defende o fim da obstrução na Câmara: "Fazer oposição de verdade é obrigar o governo Lula a trabalhar".

Pós-mensalão. Josias Gomes (PT-BA) não conseguiu se reeleger deputado federal, mas encontrou abrigo. Assumirá a Superintendência Parlamentar da Assembléia baiana, com salário de R$ 13.194. Gomes ganhou fama ao apresentar sua carteira parlamentar para sacar R$ 100 mil das contas de Marcos Valério.

Visita à Folha. Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Co-Rio (Comitê Organizador do Pan 2007), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Carlos Roberto Osório, secretário-geral do Co-Rio, de Carina Almeida, diretora de imprensa do COB e do Co-Rio, de Cláudio Motta, gerente de imprensa do COB, e de Roberto Falcão, gerente de imprensa do Co-Rio.

Tiroteio

"Quem participou de um governo que construiu o túnel da Rebouças, que em dia de chuva só servia de passagem para submarinos, pois alagava inteiramente, deveria "submergir"".
De ANDREA MATARAZZO, secretário de Subprefeituras, sobre o deputado Rui Falcão (PT), para quem a gestão Kassab democratizou as enchentes, que agora atingem também bairros nobres de São Paulo.

Contraponto

Foi e não voltou

A festa de aniversário de José Dirceu, em São Paulo, teve a presença de vários petistas ligados a Marta Suplicy, como o deputado Rui Falcão e membros da família Tatto. Também estava lá o marido da ex-prefeita, Luís Favre, que conversou animadamente com o anfitrião. A todo momento alguém perguntava:
-Cadê a Marta? A Marta vem?
Lembrando que ela viajara a Brasília para ser convidada a virar ministra do Turismo, um convidado respondeu:
-Não, o Waldir Pires não deixou!


Próximo Texto: Governo gasta R$ 2,4 bi em obras sem análise técnica
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.