São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2007

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"Nasci na roça", diz indicado para Agricultura

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ministro da Previdência nos governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, o deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR) começou a se vacinar contra as ressalvas que podem ameaçar sua indicação para o Ministério da Agricultura.
A primeira, de que não seria "do ramo". A segunda, a de que é um inimigo histórico do PT.
"Nasci na roça", diz o deputado, 67, natural de Porto União (SC). "Além disso, minha primeira experiência no setor público foi na área agrícola."
Stephanes distribuiu ontem um currículo em que figuram com destaque seu trabalho no Ministério da Agricultura e o cargo de diretor do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na década de 1970. "O decreto que criou o Incra fui eu quem redigi, assim como escolhi onde seria o primeiro prédio do instituto."
Stephanes iniciou a carreira política na Arena, partido que sustentava o regime militar, e foi um dos fundadores do PFL no Paraná. Além de dirigir o Incra, foi presidente do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) no governo Ernesto Geisel (1974-1979).
No INPS, destacou-se pela atuação midiática -rasgou processos parados e fez visitas-surpresa a postos de atendimento. O destaque o ajudou a se eleger em 79 para o primeiro de seis mandatos na Câmara.
No governo FHC, sua proposta de reforma da Previdência rendeu muitos adversários no PT. Um dos mais duros era o atual presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
"Tivemos embates acalorados, mas sempre dentro do limite do respeito", disse Stephanes. Hoje, ele lista Chinaglia entre seus amigos, assim como o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). "O Mercadante já declarou publicamente que eu era o único ministro do Fernando Henrique em quem o PT batia sem razão", afirmou.
Stephanes entrou no PMDB pelas mãos do governador do Paraná, Roberto Requião. No primeiro governo Requião, Stephanes foi secretário de Administração e do Planejamento.
"O fato de ter servido a vários governos de diferentes partidos demonstra que sempre atuei sobretudo com critérios técnicos e profissionalismo."
Ontem, indagado por um repórter se já havia definido o nome de Stephanes para o cargo de ministro da Agricultura, Lula disse que não estava pensando no assunto e que só trataria disso "amanhã" (hoje). (FZ)


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