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PT abandona a defesa de Waldir Pires no ministério
Berzoini afirma que o ministro não faz parte da cota do partido no governo
Enfraquecimento do titular da Defesa e provável queda já abriram o apetite de siglas pelo cargo; o PC do B e o PSB são os mais interessados
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um gesto de "desprendimento" até agora inédito na reforma ministerial, o PT disse
ontem que não defenderá o futuro de Waldir Pires no Ministério da Defesa. Pires, segundo
o presidente do partido, Ricardo Berzoini, não seria parte da
cota da legenda no governo de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Ex-governador e ex-deputado federal, o ministro é filiado
ao PT desde a metade dos anos
90, após passagens por PMDB e
PSDB. Ele, que já estava enfraquecido no cargo, ficou em situação delicada com a nova crise nos aeroportos no final de
semana e deve deixar o cargo.
"O PT não se pronuncia sobre a permanência ou a saída
do ministro Waldir Pires da
Defesa, em que pese o grande
apreço que temos pelo seu trabalho. Trata-se de um ministério de caráter especial, que deve
ser da cota personalíssima do
presidente", afirmou Berzoini.
Pires não chegou ao cargo
por indicação partidária, disse
Berzoini. "O ministro não está
lá por indicação do PT. Portanto, não faremos nenhum movimento em relação à Defesa."
A atitude contrasta com o
forte movimento político que o
partido fez para manter seu espaço em outros ministérios que
controla, como Educação, Fazenda, Desenvolvimento Social, Casa Civil e Planejamento.
O PT tentou também se segurar em áreas como articulação
política, Agricultura e Previdência, mas nesses casos acabou desalojado pelo presidente
Lula para dar espaço a aliados.
O enfraquecimento de Pires
já abriu o apetite de outras legendas pelo cargo. PC do B e
PSB são os mais interessados.
Os comunistas oferecem o
nome do ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (SP). Já os
socialistas, insatisfeitos por terem perdido a Integração Nacional para o PMDB, indicam
Sergio Gaudenzi, presidente da
Agência Espacial Brasileira e ligado ao partido.
O PSB quer ainda manter a
Secretaria dos Portos, ainda
nem criada, que seria encabeçada por Pedro Britto.
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