São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2007

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PT abandona a defesa de Waldir Pires no ministério

Berzoini afirma que o ministro não faz parte da cota do partido no governo

Enfraquecimento do titular da Defesa e provável queda já abriram o apetite de siglas pelo cargo; o PC do B e o PSB são os mais interessados


FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em um gesto de "desprendimento" até agora inédito na reforma ministerial, o PT disse ontem que não defenderá o futuro de Waldir Pires no Ministério da Defesa. Pires, segundo o presidente do partido, Ricardo Berzoini, não seria parte da cota da legenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ex-governador e ex-deputado federal, o ministro é filiado ao PT desde a metade dos anos 90, após passagens por PMDB e PSDB. Ele, que já estava enfraquecido no cargo, ficou em situação delicada com a nova crise nos aeroportos no final de semana e deve deixar o cargo.
"O PT não se pronuncia sobre a permanência ou a saída do ministro Waldir Pires da Defesa, em que pese o grande apreço que temos pelo seu trabalho. Trata-se de um ministério de caráter especial, que deve ser da cota personalíssima do presidente", afirmou Berzoini.
Pires não chegou ao cargo por indicação partidária, disse Berzoini. "O ministro não está lá por indicação do PT. Portanto, não faremos nenhum movimento em relação à Defesa."
A atitude contrasta com o forte movimento político que o partido fez para manter seu espaço em outros ministérios que controla, como Educação, Fazenda, Desenvolvimento Social, Casa Civil e Planejamento. O PT tentou também se segurar em áreas como articulação política, Agricultura e Previdência, mas nesses casos acabou desalojado pelo presidente Lula para dar espaço a aliados.
O enfraquecimento de Pires já abriu o apetite de outras legendas pelo cargo. PC do B e PSB são os mais interessados.
Os comunistas oferecem o nome do ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (SP). Já os socialistas, insatisfeitos por terem perdido a Integração Nacional para o PMDB, indicam Sergio Gaudenzi, presidente da Agência Espacial Brasileira e ligado ao partido.
O PSB quer ainda manter a Secretaria dos Portos, ainda nem criada, que seria encabeçada por Pedro Britto.


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