|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após escândalos, rejeição ao Congresso volta a subir
Datafolha mostra que 37% avaliam desempenho do Legislativo como ruim ou péssimo
Reprovação cresceu 6 pontos desde novembro; castelo em Minas e horas extras nas férias foram algumas das denúncias contra as Casas
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alvo de escândalos recentes
que envolveram castelo no interior de Minas, mansão "escondida" da Justiça e pagamento de horas extras durante as
férias, o Congresso Nacional
viu sua reprovação atingir 37%,
segundo pesquisa Datafolha.
O índice dos brasileiros que
consideram ruim ou péssimo o
desempenho dos 594 deputados federais e senadores subiu
seis pontos percentuais em
comparação com a pesquisa
anterior, de novembro de 2008.
Avaliam o trabalho do Legislativo como ótimo ou bom 16%.
A atual rejeição à Câmara e
ao Senado ainda é oito pontos
percentuais menor do que o
ápice negativo atingido nesta
legislatura (2007-2011), de
45%, em novembro de 2007.
Na época, o então presidente
do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), enfrentava a denúncia de ter tido contas pessoais pagas por um lobista. Ele
renunciou um mês depois.
A maior rejeição ao desempenho do Legislativo medida
pelo Datafolha aconteceu em
novembro de 1993 -56% de
"ruim/ péssimo"-, durante o
escândalo dos anões do Orçamento, quando dez congressista perderam o mandato.
A atual pesquisa, feita entre
segunda e anteontem, com
11.204 entrevistados, tem margem de erro de dois pontos.
Segundo o instituto, o desempenho dos congressistas
encontra maior rejeição entre
os mais escolarizados (47% de
"ruim e péssimo"), os que têm
maior renda familiar mensal
(45%) e aqueles que moram em
capitais e regiões metropolitanas do país (41%).
A maior aprovação ao trabalho de deputados e senadores
está entre os que têm de 16 a 24
anos (21%), os que moram no
Norte/Centro-oeste (20%), os
que ganham até dois salários
mínimos (19%) e os que têm até
o ensino fundamental (18%).
Desde 2 de fevereiro sob o comando dos peemedebistas José
Sarney (AP), no Senado, e Michel Temer (SP), na Câmara, o
Congresso Nacional começou
sua atividades em 2009 elegendo como corregedor da Câmara
Edmar Moreira (sem partido-MG), que sete dias depois renunciou ao posto sob a suspeita
de ter omitido a posse de um
castelo no interior de Minas.
Semanas depois, a Folha revelou que o então diretor-geral
do Senado, Agaciel da Silva
Maia, escondeu da Justiça uma
casa avaliada em R$ 5 milhões.
Agaciel caiu, mas a lista de
atividades suspeitas do Senado
não parou por aí. Em nova reportagem, a Folha mostrou ter
havido pagamento de horas extras a funcionários no mês de
janeiro, quando o Congresso
estava em recesso.
Dias depois, soube-se que a
senadora Roseana Sarney
(PMDB-MA) distribuiu a aliados passagens aéreas bancadas
pelo Senado e que o petista
Tião Viana (AC), ex-presidente
da Casa, cedeu à filha, para uso
em uma viagem particular ao
México, um telefone celular
cuja conta é bancada pelos cofres públicos.
Nesta semana, o Senado
"descobriu" ter 181 diretores.
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Senado manda parar obra de cela e divulga nomes dos 50 diretores que perderam cargo Índice
|