São Paulo, domingo, 21 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

outro lado

Governo diz receber dado impreciso de obras

Vinicius/Folha Imagem
Obra em universidade já inaugurada em Teófilo Otoni (MG)

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Agenda lotada, informações imprecisas transmitidas pelos governos estaduais, insistência do presidente em participar de determinadas cerimônias e, eventualmente, um escorregão do gabinete do Planalto são os argumentos da Presidência para os casos de inaugurações de obras ainda não concluídas.
Lula recebe centenas de convites de governos, prefeituras e empresas. Eles passam pela triagem de Cézar Alvarez, responsável pela agenda, e por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete. No caso de inaugurações de obras federais, cabe à Casa Civil sugerir o trajeto a Lula.
Ainda assim, a palavra final é sempre do presidente. Segundo um auxiliar direto de Lula, se ele quiser visitar determinada obra ou participar de alguma inauguração, não há quem o convença a mudar de ideia.
Há situações em que, mesmo informado de que a obra não está concluída, Lula pede para comparecer, sob a alegação de um suposto caráter simbólico.
Segundo esse mesmo auxiliar do presidente, é preciso considerar que nem sempre há disponibilidade de a viagem ocorrer na data prevista da inauguração, o que provoca antecipação ou adiamento na agenda de Lula.
Em algumas situações, porém, na ânsia de aparecer em eventos ao lado do presidente, governadores enviariam dados imprecisos ao Planalto para acelerar a confirmação da agenda oficial no Estado.
Responsáveis por obras que foram inauguradas de outubro do ano passado até este mês disseram à Folha que depois da cerimônia com a presença de Lula, os trabalhos começam a funcionar, mesmo que ainda falte concluir integralmente.
A assessoria da CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol) disse que os dois prédios prontos permitem que os estudos sejam feitos e que a obra que segue em andamento com previsão de término em dezembro é um galpão para abrigar uma máquina também em fabricação. Tanto o galpão quanto o equipamento não seriam fundamentais para o funcionamento do laboratório.
A assessoria do Serviço Municipal de Água e Esgotos de São Leopoldo (RS) afirmou que a obra física da estação de tratamento foi concluída, mas são necessários 90 dias para testes e treinamento de operadores.
No caso do Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), que produz semicondutores, a assessoria afirmou que para o processo de produção dos chips são necessários dois ciclos de 90 dias e que não teria sentido esperar que o material desenvolvido ficasse pronto para inaugurar a fábrica.


Texto Anterior: Após inaugurações, obras de Lula voltam a ser canteiros
Próximo Texto: Janio de Freitas: Ambições presidenciais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.