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outro lado
Governo diz receber dado impreciso de obras
Vinicius/Folha Imagem
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Obra em universidade já inaugurada em Teófilo Otoni (MG)
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Agenda lotada, informações
imprecisas transmitidas pelos
governos estaduais, insistência
do presidente em participar de
determinadas cerimônias e,
eventualmente, um escorregão
do gabinete do Planalto são os
argumentos da Presidência para os casos de inaugurações de
obras ainda não concluídas.
Lula recebe centenas de convites de governos, prefeituras e
empresas. Eles passam pela
triagem de Cézar Alvarez, responsável pela agenda, e por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete. No caso de inaugurações
de obras federais, cabe à Casa
Civil sugerir o trajeto a Lula.
Ainda assim, a palavra final é
sempre do presidente. Segundo
um auxiliar direto de Lula, se
ele quiser visitar determinada
obra ou participar de alguma
inauguração, não há quem o
convença a mudar de ideia.
Há situações em que, mesmo
informado de que a obra não
está concluída, Lula pede para
comparecer, sob a alegação de
um suposto caráter simbólico.
Segundo esse mesmo auxiliar do presidente, é preciso
considerar que nem sempre há
disponibilidade de a viagem
ocorrer na data prevista da
inauguração, o que provoca antecipação ou adiamento na
agenda de Lula.
Em algumas situações, porém, na ânsia de aparecer em
eventos ao lado do presidente,
governadores enviariam dados
imprecisos ao Planalto para
acelerar a confirmação da
agenda oficial no Estado.
Responsáveis por obras que
foram inauguradas de outubro
do ano passado até este mês
disseram à Folha que depois da
cerimônia com a presença de
Lula, os trabalhos começam a
funcionar, mesmo que ainda
falte concluir integralmente.
A assessoria da CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e
Tecnologia do Bioetanol) disse
que os dois prédios prontos
permitem que os estudos sejam feitos e que a obra que segue em andamento com previsão de término em dezembro é
um galpão para abrigar uma
máquina também em fabricação. Tanto o galpão quanto o
equipamento não seriam fundamentais para o funcionamento do laboratório.
A assessoria do Serviço Municipal de Água e Esgotos de
São Leopoldo (RS) afirmou que
a obra física da estação de tratamento foi concluída, mas são
necessários 90 dias para testes
e treinamento de operadores.
No caso do Ceitec (Centro de
Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), que produz
semicondutores, a assessoria
afirmou que para o processo de
produção dos chips são necessários dois ciclos de 90 dias e
que não teria sentido esperar
que o material desenvolvido ficasse pronto para inaugurar a
fábrica.
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