São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Assessoria da Casa Civil não comenta gasto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A assessoria do Ministério da Casa Civil disse que encaminhou os documentos com gastos não sigilosos para a CPI dos Cartões Corporativos e que não irá comentar as despesas, pois estão todas documentadas.
É a Casa Civil quem responde pelos gastos do presidente Lula, da primeira-dama Marisa Letícia, da ministra Dilma Rousseff (titular da própria pasta) e do ex-ministro José Dirceu. A Folha enviou, por escrito, cada caso apontado na reportagem.
A única explicação foi com relação a caneta Montblanc que disse não pertencer à Presidência da República. Segundo a assessoria, o governo compra suas canetas em licitação e, na maioria das vezes, são da marca Bic ou similar. O gasto específico do ministro com carga de caneta não foi comentado.
O ex-ministro das Relações Institucionais Walfrido dos Mares Guia disse que pagava suas despesas pessoais do próprio bolso e que "quando uma pessoa tem uma caneta precisa de carga para usar". E que "pode ser que sua secretária tenha comprado alguma vez carga para caneta", mas que a sua é de outra marca.
"Quem falou que a carga era minha? Tem mais de 20 pessoas que trabalham no gabinete", disse. Informado de que o memorando diz que a compra era para atendê-lo, afirmou: "Já tem um ano que saí do ministério, isso é uma coisa muito irrelevante".

Versões diferentes
A assessoria da ministra Nilcéa apresentou três versões para explicar o gasto com bebida e terceiros em restaurante com cartão corporativo.
Primeiro disse, por e-mail, que a ministra pagou R$ 76 da conta, depois que a parte da assessora foi devolvida aos cofres públicos e, por fim, que ela não restituiu porque tinha valor a receber do governo.
Sobre as despesas citadas, a CGU (Controladoria Geral da União) informou que não comenta gastos da Presidência da República, que tem órgão de controle próprio.
Mas informou que o cartão corporativo e as contas tipo B (ressarcimento em dinheiro) não podem ser usados para pagamento de despesas pessoais, como também despesas de restaurante para terceiros.
No entendimento da CGU, não há base legal para justificar pagamento de alimentação em Brasília para ministros ou qualquer outro servidor lotado na capital mesmo que faça um lanche no gabinete.
Segundo a assessoria, a CGU tem recomendado a restituição de valores a todos os que têm realizado esse tipo de despesa.


Texto Anterior: Notas fiscais expõem gastos miúdos e erros com cartão
Próximo Texto: Ex-grevistas pressionam por indenizações
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.