São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2008

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Juiz se cala e ex-servidor nega ser elo com quadrilha

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Weliton Militão não quis se manifestar. A Folha fez contato com o seu gabinete na 12ª Vara para pedir entrevista e falou também com o seu advogado, José Sad Júnior, que disse que a defesa não vai se pronunciar porque o inquérito está sob segredo de Justiça.
Citação no inquérito da PF, reproduzida pelo juiz-corregedor, diz que embora os juízes tenham "usufruído de vantagens diversas disponibilizadas pelo núcleo central da organização, não se pode até o momento afirmar que os magistrados tenham recebido contraprestação pecuniária para a prática daqueles atos aqui investigados".
Acusado de ser o elo da "organização criminosa" com o TRF-1, para evitar decisões desfavoráveis às ações que defendiam, o ex-diretor administrativo da Justiça Federal em BH, Wander Tanure, 75, negou a acusação. Ele disse que não teve contato com a presidente Assusete Magalhães em Brasília para tentar influenciar a presidência do TRF-1.
"Eu não tive contato com ninguém, com juiz e nem com Tribunal. Eu realmente tenho um primo que é prefeito de Medina [envolvido na acusação de desvio do FPM], e dinheiro nenhum foi levantado da Prefeitura de Medina. O que eu tenho que falar é isso. Inclusive, um apartamento que está no Imposto de Renda falaram que não está. Não sei qual é a razão", afirmou Tanure.
Tanure negou conhecer Paulo Sobrinho Sá Cruz. "Eu fiquei conhecendo quando o delegado me mostrou a foto [na PF]. Eu não tinha conversado por telefone. Vi uma vez na CEF, no posto Justiça Federal. É isso o que eu podia dizer. Pode acompanhar os depoimentos que você vai encontrar essa verdade aí. Estou para o final de vida e não preciso de nada para me sujar o nome."
A Folha não conseguiu localizar Paulo Cruz. A reportagem deixou recado na caixa postal do seu telefone celular, mas não houve resposta.
Também não foi localizado o gerente da CEF Francisco Araújo, que não ocupa mais o cargo, segundo informado no posto da Justiça Federal. A reportagem tentou seu telefone celular, que estava desligado e "não havia mais espaço na caixa de mensagens", de acordo com a empresa de telefonia.
A assessoria da Caixa disse que não sabia como localizar o gerente e que não tinha o que falar sobre esse episódio.
Também por meio da direção substituta da secretaria da 12ª Vara da Justiça Federal, a Folha tentou falar com Aníbal Brasileiro da Costa. A informação recebida é que foi feito contato na casa e com parentes dele, mas que ninguém foi localizado. Também não foi informado sobre seu advogado. O telefone do prefeito cassado de Itabela (BA), Paulo Ernesto Pessanha da Silva, "não está disponível para consultas".


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