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Juíza diz que há má-fé e que
é perseguida por corregedor
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A juíza Ângela Catão rebateu
todas as suspeitas contra ela e
disse que os responsáveis pelo
caso na Polícia Federal, Procuradoria da República e na Corregedoria agem de "má-fé". E
acusou o juiz-corregedor Jirair
Meguerian de "perseguição".
Ela disse que as liminares
que concedeu às prefeituras em
busca de certidões negativas foram por convicção de que o
município em que pese problema com o INSS não pode ficar
sem outros convênios. "Os municípios têm direito [à liminar],
e não tem desvio porque [o dinheiro] sai do caixa [da Receita
Federal] e entra no outro caixa
[da prefeitura]. Então, não tem
meio do caminho."
"Não tenho como evitar que
as pessoas usem meu nome para ganhar dinheiro. A única coisa certa é que todo mundo sabe
como eu decido, não tem surpresa para ninguém", disse, referindo-se a um eventual acordo entre advogados e prefeitos
para ficarem com parte do dinheiro da liberação. O fato de
conceder muitas liminares "em
menos de 24 horas", segundo
ela, torna seu estilo conhecido.
"O advogado, se ele for militante, sabe como [o juiz] decide."
Para Catão, o "mais sério" é a
acusação de não declarar imóveis no Imposto de Renda, o
que reforçaria sua ligação com
a quadrilha. Segundo ela, todos
os imóveis estão na sua declaração de IR. Sobre dois não declarados, um foi vendido em
2002 e o outro está no inventário de seu marido, já morto.
A juíza disse que essas informações poderiam ser confirmadas pelo juiz-corregedor,
que, segundo ela, "trabalha ao
lado da sala onde estão as declarações de IR dos juízes". "Está me acusando de sonegação
fiscal e de ganhar dinheiro por
outras fontes, sendo que está
tudo documentado."
Ela conta que, em 2007, contestou uma medida interna do
corregedor de distribuição de
mais processos para as varas e
ganhou a ação. "Fui a única que
não concordei", diz. "Como
perdeu a ação, ele não julgou
aquilo como coisa técnica, comum. Ele ficou com raiva."
A juíza disse que vai processar quem a acusa de crime de
sonegação. "Vai caber uma ação
criminal com relação à acusação de crime de sonegação fiscal feita pelo procurador da República, pelo delegado e pelo
corregedor". Ela considera haver "crime de calúnia". Sobre a
relação com o gerente da Caixa,
ela disse que foi a mesma com
os outros que passaram pela
agência da Justiça Federal.
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